Terceiro Setor

Valinhos se destaca no acolhimento de refugiados com o trabalho da ACOVIDAS

Há seis anos a ACOVIDAS realiza em Valinhos um trabalho social que garante o acolhimento de refugiados e imigrantes

Na última quinta-feira, dia 20, foi celebrado o Dia Mundial do Refugiado e segundo a Agência das Nações Unidas  para Refugiados (Acnur), mais de 120 milhões de pessoas em todo o mundo estão deslocadas à força de suas casas devido a perseguições, conflitos, violência e violação de direitos.

Parte desses milhões de refugiados tem encontrado no Brasil um lugar de acolhimento. Isso decorre da Lei de Refúgio brasileira (Lei nº 9.474/1997) ser considerada uma das mais avançadas no mundo. E uma pequena parcela desses refugiados encontrou em Valinhos um lugar seguro para se viver e reconstruir a vida graças ao trabalho da Associação ACOVIDAS –  Acolhimento Sem Fronteiras Ajuda Humanitária de Valinhos.

Presidida pelo Consultor de Lei de Privacidade de Dados e Auditor de SGI, César Fernando Braghetto, a ACOVIDAS surgiu em 2018, quando Braguetto que trabalha no Cartonifício Valinhos percebeu as necessidades dos haitanos que estavam sendo contratados pela empresa – uma das primeiras a abrir as portas aos refugiados que chegavam na cidade. “Eu vi a necessidade deles fora da empresa e comecei a procurar voluntários para ajudar e com isso foi tendo mais gente interessada e nasceu o projeto de Acolhimento de Refugiados”, conta.

Segundo Braguetto, a ACOVIDAS é um projeto social sem ideologia e não assistencialista que hoje atende mais 300 pessoas estrangeiras  e refugiados que saem de seu pais de forma forçada e que chegam de alguma forma em Valinhos para recomeçar sua vida. Braguetto destaca que a ACOVIDAS não busca pessoas nem incentiva a chegada desordenada de pessoas para evitar um caos social. “Geralmente acolhemos famílias que chegam para morar com outros até ter sua independência financeira com um trabalho e recomeçar. Trabalhamos com três Pilares : Acolhimento, Desenvolvimento e Autonomia e Superação”, explica.

Braguetto também conta que a ACOVIDAS trabalha de parceria com a ACNUR – Agência da ONU, Em Valinhos tem apoio da FEAV com Coletivo onde realizamos as aulas de português ACOLETRAS em suas instalações para 50 alunos durante a semana com professores voluntários.

“Também temos nosso centro de arrecadação de doações de roupas e outros itens no Centro Comunitário de Palmares e parcerias com varias empresas comercio, indústria e serviços da cidade para contratação de vagas com oportunidades para nossos associados. Muitas escolas também ajudam com doações de tênis e mochilas usadas e outras campanhas de alimentos”, disse.

Neste sentido Braguetto também fala sobre as dificuldades que são enfrentadas pela ACOVIDAS,, dentre eles a falta de recursos financeiros para avançar com seus projetos e depende de doações  e quando precisa atender alguma especialidade urgente pede ajudas na rede social.

“Não temos uma sede e tudo acontece pelo sistema ACOVIDAS.ORG . Nosso maior desafio é até o momento não sermos uma entidade legalizada e como projeto social receber apoio de voluntários mas sem incentivo do Estado”, aponta.

Apesar disso a ACOVIDAS é reconhecida na cidade pela ajuda humanitária que faz em direitos humanos e já recebeu moção na Câmara da Cidade de Valinhos pela inclusão e bons serviços prestados. Ponto de destaque são as empresas procuram ACOVIDAS para trabalhos de limpeza, pintura, pedreiros, zeladores, porteiros, produção, atendimento, administração, cuidadores de idosos e outros mais especializados porque temos muitas pessoas que chegam com boa capacitação como médicos, advogados, professores, engenheiros e outros mas que por motivo de força maior aceitam outro trabalho para recomeçar até conseguir a superação. Todos voluntários e interessados podem acessar ACOVIDAS.ORG no botão COMO AJUDAR e então serão recepcionados e parceiros.

Atualmente a ACOVIDAS atende mais de 350 pessoas  cadastrados do Haiti, África, Cuba e na maioria Venezuelanos. No total são mais de 500 pessoas incluindo em torno de 150 crianças com a maior concentração nos bairros Nova Palmares e entorno, mas estão espalhados em varias partes da cidade de Valinhos.

REFUGIADA – é a pessoa que foi forçada a deixar seu país de origem em razão de conflitos, perseguições ou uma grave e generalizada violação dos seus direitos humanos. São pessoas que não se sentem seguras em seus países de origem e partem em busca de proteção atravessando fronteiras.

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