A medida mais recente adotada para reduzir os óbitos no trânsito foi a reconstituição do Observatório Municipal de Trânsito
Foram 13 óbitos no trânsito computados até julho, três a menos que o mesmo período de 2023. Dados estão em documento divulgado pela Emdec
Campinas registrou uma redução de 19% nas mortes de pedestres em sinistros (acidentes) de trânsito nos primeiros sete meses de 2024. Foram três vidas poupadas: 13 óbitos registrados entre janeiro e julho deste ano; e 16 no mesmo período de 2023. Os dados compõem o Boletim Informativo de Óbitos no Trânsito, divulgado mensalmente pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), disponível no endereço bit.ly/obitostransitojulho. O boletim é produzido em parceria com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global (BIGRS) e a Vital Strategies.
A tendência de queda também foi observada em 2023, quando foram registradas 44 mortes de pedestres em sinistros de trânsito em Campinas, uma redução de 8,3% em relação aos 48 óbitos computados em 2022. Nas vias urbanas, foram 27 atropelamentos fatais – uma queda de 3,6% em comparação as 28 mortes registradas em 2022.
O total de mortes nas vias urbanas, no entanto, apresentou alta de 5% em 2024. Foram 45 óbitos computados até julho deste ano e 43 no mesmo período do ano passado.
Somadas aos 51 óbitos registrados em rodovias, o município registrou 102 mortes em sinistros de trânsito no período. O número é 15% maior do que o registrado no mesmo período de 2023 – 89 mortes. Em seis ocorrências, ainda não foi possível identificar o local
Entre as 45 vidas perdidas em vias urbanas, 23 (51%) eram motociclistas, 13 (29%) eram pedestres, sete (16%) ocupantes de demais veículos e dois (4%) eram ciclistas.
Velocidade excessiva é o principal fator de risco
Foram 23 mortes de motociclistas computadas no período, o que representa uma alta de 44% em relação ao computado no mesmo período de 2023 (16 óbitos). Somente no mês de julho, sete motociclistas perderam a vida em vias urbanas. Em razão da permanência desse público entre os que mais morrem no trânsito, a última campanha de segurança viária lançada pela Emdec, a Desacelera, teve foco nos motociclistas e conscientizou sobre as consequências do excesso de velocidade.
Entre os ocupantes de demais veículos, o número se manteve estável – sete vidas perdidas nos sete primeiros meses de 2023 e 2024. E duas vidas de ciclistas foram poupadas no período: foram quatro óbitos registrados em 2023 e dois neste ano – uma queda de 50%.
A velocidade excessiva ou inadequada segue como o principal fator de risco identificado entre os 22 casos analisados pelo Comitê Vida no Trânsito até o momento. O comportamento de risco foi identificado em oito (36%) dos óbitos analisados. O consumo de álcool responde por 27% das mortes analisadas, com seis casos.
Observatório de Trânsito discute ações preventivas
A medida mais recente adotada como esforço para reduzir os óbitos no trânsito foi a reconstituição do Observatório Municipal de Trânsito de Campinas, formado por representantes da Emdec, secretarias municipais, concessionárias, órgãos de saúde e forças de segurança. Três encontros já foram realizados para discutir o tema.
Os participantes foram divididos em seis comitês, cinco alinhados aos eixos temáticos do PSV: mobilidade e vias seguras; fiscalização; dados e evidências; comunicação e educação; atendimento às vítimas; além do comitê de integração das ações no âmbito rodoviário. O próximo passo é que os participantes tracem ações estratégicas em conjunto, alinhadas às metas de redução de óbitos previstas no Plano de Segurança Viária (PSV).
Ações de educação para mobilidade, fiscalização e vias seguras são a base adotada pela Emdec para prevenir óbitos e lesões graves no trânsito. Entre janeiro e julho deste ano, foram realizadas mais de 220 ações educativas, que mobilizaram cerca de 52 mil pessoas.
Para dissuadir comportamentos de risco, que podem resultar em mortes no trânsito, foram realizadas 83 operações integradas de fiscalização, em parceria com as forças de segurança, que resultaram em mais de 3,4 mil autuações. E para garantir deslocamentos mais seguros para todos, foram sinalizados cerca de 126,1 mil metros quadrados de vias, 3,7 mil placas e 268 rampas de acessibilidade foram implantadas.