Toda vida importa e ninguém ficará para trás, lema do grupo de Respostas a Animais em Desastres (Grad)
Desde que as chuvas fizeram os rios do Rio Grande do Sul transbordarem, ainda no começo do mês, deixando debaixo d’água quase todas as cidades do estado, uma comoção tomou conta do Brasil e a ajuda humanitária respondeu à mesma altura do maior desastre climático já registrado.
Salvar vidas humanas e animais não ganharam pesos diferentes – como muitos querem fazer acreditar – ao contrário, como em toda calamidade o ser humano tem sim sua prioridade, mas de uns tempos para cá o ser humano também entendeu que o animal – seja de estimação ou não – tem o direito a uma ação de resgate e acolhimento pois ele faz parte do elo de relações de famílias e assim está acontecendo no sul.
E da mesma forma como está acontecendo na linha de frente, nas cidades gaúchas, onde os resgates emocionantes acontecem, há milhares de quilômetros de distância, como em Valinhos, ações humanitárias estão ajudando a salvar vidas.
Esta semana a Organização Não-Governamental “Viralata ViraCasa” criou um ponto de arrecadação para receber caminhas, casinhas, tapetes higiênicos, panos, toalhas e cobertores, vermífugos, medicações para controle de pulgas e carrapatos, ração e sachês para cães e gatos.
No final da tarde deste sábado, dia 11, Sandra Rossi, presidente da ONG, anunciou o resultado: um caminhão lotado segue para o sul neste domingo, dia 12.
O posto de arrecadação funcionou nas recepções do condomínio empresarial Vertice – ao lado do Shopping Valinhos.
Os alimentos e material arrecadado irão ajudar a tratar e a cuida de mais de 10,3 mil animais de estimação e silvestres já foram resgatados das enchentes no Rio Grande do Sul, conforme boletim da Defesa Civil do estado, divulgado neste sábado, dia 11. Os dados são da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS) e do Grupo de Respostas a Animais em Desastres (Grad) composto por voluntários de várias áreas de atuação de entidades de defesa dos animais.
Entre os animais resgatados, está o cavalo apelidado de Caramelo, devido à cor de sua pelagem, que estava ilhado em cima de um telhado no bairro Mathias Velho, em Canoas. Os regaste foi realizado pelos militares do Corpo de Bombeiros de São Paulo, com auxílio da Brigada Militar do estado, na quinta-feira, dia 8.
Após o resgate
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS), os animais resgatados de áreas inundadas passam por uma triagem veterinária. Os que estão em bom estado de saúde são devolvidos aos tutores e quando não há um identificado são direcionados para abrigos públicos ou para espaços do GRAD. Caso estejam com hipotermia ou lesões, eles são encaminhados para a clínica veterinária mais próxima.
O tutor que ainda não encontrou seus animais deve procure a Defesa Civil do município e se deslocar aos abrigos da cidade para tentar identificar o pet.
Organizações não governamentais (ONG) e grupos independentes de protetores de animais têm se unido nas redes sociais para compartilhar informações que possam ajudar esses animais a serem reencontrados por seus donos ou, quando necessário, encontrar um novo lar.
Ajuda
O Grupo de Respostas a Animais em Desastres (Grad) que tem difundido o lema: Toda vida importa e ninguém ficará para trás, afirma que os pedidos por resgates não param de chegar, mas muitas áreas continuam inacessíveis. A instituição solicitou apoio de embarcações a motor para ampliar as ações de salvamento nas áreas alagadas. Para doações financeiras, o grupo Grad disponibiliza a chave PIX: doe@gradbrasil.org.br .
Neste momento, estão sendo aceitas doações de rações para animais (cães, gatos, coelhos, roedores, cavalos, aves), em embalagens fechadas. Também são necessários itens como casinhas e camas para pets, areia para gatos potes de ração, água potável, vacinas, remédios antipulgas, vermífugos, medicamentos veterinários e microchips para pet, que são colocados sob a pele do animal e armazenam os principais dados dele como nome, espécie, sexo, cor, idade, além da identificação do tutor e endereço de residência.
Os protetores independentes de animais e organizações da sociedade civil sinalizam que precisam de veterinários voluntários e pessoas que possam cuidar dos animais resgatados, principalmente, para pernoitar nos abrigos ou que ofereçam lares temporários até que os pets sejam encontrados pelos tutores ou adotados.