DEZEMBRO VERDE

Terceiro Setor

Presidente da ONG ViraLata ViraCasa defende a posse responsável de animais

Campanhas educativas e de conscientização e a aplicação da Lei Municipal que criou o Programa de Valorização de Protetores e Cuidadores de Animais Soltos ou Abandonados seria um bom começo

Sandra Rossi acredita que uma das formas de minimizar o problema do abandono e maus tratos dos animais é intensificando as Campanhas que eduquem e incentivem a posse responsável de animais.

Isso deve ser feito em parceria entre o Poder Público e as Organizações que atuam na Defesa, Proteção e Bem Estar Animal. Importante lembrar que Valinhos tem uma Lei Municipal “que instituiu o Programa de Valorização de Protetores e Cuidadores de Animais Soltos ou Abandonados no Município” (Lei 5.599/2018), que precisa ser colocada em prática.

Enquanto isso não acontece, Sandra acredita que é preciso que as Organizações que atuam no acolhimento e nas campanha de adoções de animais também tenham a prática de orientar através de suas redes sociais e de seus ‘eventos de adoções”, as pessoas que buscam fazer a adoção ou ter a guarda de um peludo, como ela gosta de chamar.

Um dos primeiros passos segundo ela  é levar as pessoas se questionarem:  Porque ter um peludinho? E faça com que ela reflita respondendo outras três questões básicas, relacionadas a responsabilidade  Eu quero?  ⁠Eu posso ? ⁠Eu devo?

“Você tem que ter em mente que, seja de que forma for , você estará levando para casa UMA VIDA, um SER que só tem dentro de si AMOR, que só quer tua companhia, te proteger , te amar e fazer de tudo que ele puder para te fazer feliz e você “, declara.

Ainda nesta linha de pensamento, Sandra argumenta que ao tomar essa decisão, você tem que ter um plano para ele, pois dependerá de você para o resto da vida. “A pessoa precisa estar ciente da escolha que teve, que vai ter que cuidar e levar ele pra onde quer que vá.  Deverá estar ciente que precisará de boa ração, acompanhamento veterinário , castração (ato de amor e saúde ),vacinas, vermífugos, anti pulgas e carrapatos e , ter reserva financeira ,caso fique doente”, explica.

Além disso, enfatiza que, caso a pessoa  tenha optado por ter um pet apenas por vê-lo como ‘lindinho’, que te enchem os olhos em um primeiro momento. Logo vai perceber que na rotina do dia-a-dia que, ele vai precisar de todo o tipo de atenção e que dará trabalho, como um filho. “Então, você tem tempo para ele? Cabe no seu estilo de vida? Educar … educar com AMOR. Estabelecer regras, limites; disciplina diária: caminhar, passear, brincar , enriquecimento ambiental. A falta disso pode leva-lo a desenvolver hábitos inadequados como morder( sem intenção de agredir), roer, destruir caminhas, sofás, entre oucas coisas”, explica Sandra.

Sandra diz isso, porque já presenciou muitos casos assim, sobretudo de pessoas que trabalham fora o dia todo e nos finais de semana não param em casa.

“Essa é minha experiência frente ao ViraLata ViraCasa, os casos se repetem. Então, a questão é: se você não der conta, vai coloca-lo no fundo do seu quintal, se irritará por ele fazer xixi e cocô por todo lugar, destruirá suas plantas e por isso, o deixará na solidão, sentindo toda sua rejeição…e de novo, vai pular em você e latir se debelar porque: Ele veio para sua casa achando que seria seu…que viveria ao seu lado, te fazendo companhia na sala , dividindo suas alegrias, bagunças e te confortando em suas tristezas”, finaliza.

Sofrimento não escolhe tamanho ou espécie

O abandono normalmente é associado apenas aos animais de pequeno porte, como cães e gatos, no entanto a conscientização deve ser feita incluindo “equinos, bovinos, caprinos, suínos ou, ainda, as aves”.

É preciso compreender “que os animais são seres sencientes, isso significa que eles sentem dor, solidão, fome, frio e merecem nosso respeito”. O homem está no topo da pirâmide evolutiva e tem por obrigação moral prover uma vida digna e livre de sofrimento a qualquer espécie.

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Valinhos

Abandono de animais em Valinhos: um problema que cresce e preocupa

ONG alerta para o aumento de casos de maus-tratos e abandono de cães e gatos na cidade. Campanha busca conscientizar sobre a importância da posse responsável

Mais de 200 mil animais estão sob tutela de ONGs ou grupos de protetores independentes no Brasil

Cerca de 4,8 milhões de cães e gatos estão em condições de vulnerabilidade no Brasil, segundo o Instituto Pet Brasil. Uma pesquisa do instituto em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), realizada durante o ano de 2024 e consolidada em novembro, foca na conscientização sobre o combate ao abandono de animais no país.

Segundo o estudo, por volta de 201 mil animais estão sob a tutela de ONGs ou grupos de protetores independentes. Entre eles, a enorme maioria é de gatos, com 92%, e 8% são cães.

Em Valinhos, segundo Sandra Rossi, presidente da ONG “ViraLata ViraCasa”, a situação é praticamente um recorte do que acontece por todo Brasil. “Nós do ViraLata ViraCasa, assim como outras ONGs e protetores independente que trabalhamos nessa área, sentimos que a situação dos ‘peludos’ em vulnerabilidade  está aumentando significativamente na cidade. Algo, nunca visto dessa forma”, afirma.

Para ela, é comum nos resgates que fazem se depararem com situações de cães acorrentados no quintal ou sujos, cheios de pulgas e carrapatos, com medo da chuva, dos trovões, dos rojões , do frio ou do sol escaldante. “São situações de crueldade tanto o abandono como o maus-tratos de animais. Isso é muito cruel e é crime”, enfatiza.

De acordo com Sandra, a situação em Valinhos já está insustentável e tende a piorar neste final de ano, pois muitas pessoas viajam, e simplesmente descartam seus animais por não ter como pagar uma estadia em hotelzinho ou onde deixa-los. Pior, com a aproximação das festas muitos animais desesperados com o barulho dos fogos acabam fugindo.  “Essas situações são comuns no mês de dezembro, no caso de quem viaja, na maioria das vezes não há uma preocupação com se o lugar onde o peludinho vai ficar é seguro ou se a pessoa com quem eles irão é cuidadosa com a guarda temporária”, comenta.

Outro alerta que Sandra faz neste final de ano é em relação ao costume que alguns tem em presentear seus entes queridos com um pet. “Importante lembrar que pet não é presente, não é um objeto. Por isso a conscientização é tão importante”, afirma.

Sandra lembra que os cuidados com os animais, além de um ato de amor, é um ato de respeito a saúde pública. A falta de comprometimento com a guarda responsável, além de representar desrespeito aos direitos dos animais, coloca em risco a saúde pública. Mais de 70% das doenças humanas são consideradas zoonoses, ou seja, patologias transmissíveis por meio de algum tipo de contato com animais.

Para compreender melhor a questão  é possível citar inúmeros exemplos como “o animal abandonado que contrai raiva, leptospirose, giardíase, micoses, leishmaniose e outras tantas doenças com potencial para transmissão às pessoas.

Por que dezembro?

A escolha deste mês para a campanha está relacionada ao fato de que, neste período do ano, os casos de abandono aumentam de forma expressiva.

O Dezembro Verde faz parte desse calendário, escolhido por ser um período de férias e festividades quando as famílias viajam ou até mesmo presenteiam alguém com animais. As orientações são intensificadas para prevenir a aquisição por impulso e, consequentemente, o abandono.

A  campanha tem como base alertar para a relevância da guarda responsável, considerando características peculiares que refletem o impacto de fatores sociais e econômicos na qualidade de vida dos animais de estimação.

Dicas do Conselho Regional de Medicina Veterinária

 Pilares da guarda responsável: antes de levar um animal para casa, pense nisso:

– Todos na família estão de acordo com a presença do animal?

– O animal terá onde ou com quem ficar quando o tutor for viajar?

– O animal terá um espaço adequado para dormir e brincar?

– O tutor terá tempo para fazer passeios e dar a atenção diária que o animal requer?

– Haverá condições de levar o animal regularmente ao médico-veterinário?

Como denunciar abandono e maus-tratos

– Reúna todas as provas existentes (como fotos, vídeos, imagens de circuitos de condomínios, áudios);

– Com o material em mãos, vá até uma delegacia de polícia e registre o boletim de ocorrência

 

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