DENGUE

Saúde

Sorotipo DENV-3 da Dengue registra aumento e preocupa especialistas

A reportagem da Folha de Valinhos ouviu o biomédico, professor universitário e pesquisador científico, Alexandre Veronez, para falar sobre o avanço e impactos da transmissão, que já acende um alerta para o serviço de saúde de todo o país, principalmente no Estado de São Paulo

Dados do Ministério da Saúde apontam que São Paulo é o estado do país como maior número de casos prováveis de dengue em 2025. Somente nas seis primeiras semanas do ano foram contabilizados 164.464 mil casos prováveis da doença, o que já representa um aumento de aproximadamente 60% em relação ao passado. A elevação contínua no estado paulista preocupa ainda mais devido a maior presença o chamado sorotipo DENV3, que não circulava no país há mais de 15 anos.

O Ministério da Saúde aponta ainda que esse crescimento foi mais evidente nas últimas semanas de dezembro de 2024, quando o sorotipo DENV3 começou a se espalhar de forma mais significativa, representando 31,8% dos casos no Amapá, 28,7% em São Paulo, 18,2% em Minas Gerais e 9,3% no Paraná.

Os quatro estados lideram a circulação do DENV3, que tem mostrado um crescimento preocupante em comparação com os outros sorotipos predominantes, como o DENV1 e o DENV2. Para se ter ideia, em dezembro de 2023, o Brasil apresentava apenas 0,32% de casos de DENV-3, mas em dezembro de 2024 esse percentual saltou para 40,79%.

A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde informou que está em estreito diálogo com a secretaria estadual de saúde, conselho de secretarias municipais do estado e secretarias municipais de saúde dos municípios com maiores números de casos de dengue, com visitas e apoio técnico. Neste momento, por exemplo, a Força Nacional do SUS mantém equipe em São José do Rio Preto, no interior do estado.

VALINHOS

A Prefeitura de Valinhos informou a reportagem da Folha de Valinhos que a última atualização da Secretaria da Saúde, publicada no site da Prefeitura de Valinhos, foi nesta quarta-feira, dia 26, contabilizava 574 notificações de casos prováveis de dengue, além de 96 casos positivos confirmados, sendo 61 autóctones, sete importados e 33 de pessoas de outros municípios atendidas em Valinhos. Os resultados negativos somam 427 casos descartados para dengue.

De acordo ainda com publicação do site oficial da Prefeitura, desde o início do ano Valinhos já contabilizou 1106 notificações, com 164 casos positivos e 856 negativos.

Sobre o registro de algum caso Sorotipo 3 a Secretaria de Saúde Municipal comunicou que não houve.

ENTENDAS OS IMPACTOS

Para entender os impactos que o aparecimento sorotipo DENV3 pode ocasionar a reportagem da Folha de Valinhos ouviu nesta quarta-feira (26), o mestre em Ciências Biomédicas, biomédico especialista, professor universitário e pesquisador científico, Alexandre Veronez.

Residente na cidade de Valinhos há 40 anos e atuante desde 2007 como biomédico, Veronez confirma que a taxa de crescimento acende um alerta já que o avanço do DENV3 pode levar a um cenário alarmante, com um aumento expressivo no número de casos em um curto prazo.

“O aumento dos casos de dengue 3 chama a atenção porque grande parte da população, especialmente as mais jovens, é suscetível. Isso porque o vírus circulou em níveis baixos nos últimos anos e muitas pessoas não desenvolveram imunidade contra esse sorotipo”, explicou Veronez que também é professor no Centro universitário Unimetrocamp Wyden.

Sobre os tipos de dengue, Veronez explica que o vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as diferentes formas da doença. “Ou seja, uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque ela pode ser infectada com os quatro diferentes sorotipos do vírus. A imunidade à dengue é específica para cada sorotipo. Assim, quem teve dengue dos sorotipos 1 ou 2 não pode ser reinfectado por esses tipos, mas pode ser infectado pelo sorotipo 3.”, reforçou o biomédico.

Veronez chama atenção ao fato que o DENV-1 e o DENV-2 continuam a circular ao mesmo tempo e diz que a chance de infecções múltiplas (por mais de um sorotipo) também aumenta, o que eleva o risco de complicações graves.

O QUE FAZER?

A Secretaria da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde informou que ainda não sabe ao certo como o sorotipo 3 vais se espalhar de fato pelo país.

Para Veronez é por isso mesmo que os estados e os municípios precisam se concentrar agora em uma vigilância mais ampla, não apenas monitorando os casos de dengue, mas também estudando os mosquitos transmissor e compreendendo a dinâmica e a intensidade da transmissão do vírus é essencial para a epidemiologia e o controle da doença.

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RMC

Saúde de Campinas confirma mais três mortes por dengue

Crédito: Rogério Capela/PMC

 

Um óbito foi registrado em janeiro deste ano e dois ocorreram em 2024. Prefeitura realiza ações diárias contra doença e faz apelo por apoio da população

 

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta terça-feira, 25 de fevereiro, três mortes por dengue. A primeira registrada neste ano e duas que ocorreram em 2024.

A Pasta lamenta e se solidariza com as famílias. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e características individuais do paciente, como possíveis doenças preexistentes e/ou outras condições clínicas especiais.

Os novos registros foram:
2025

  • Sexo masculino, 55 anos, sem comorbidade. Atendido na rede privada, mas óbito em domicílio. Era morador da área de abrangência do CS Guanabara. Ele teve início dos sintomas em 18 de janeiro e o óbito ocorreu no dia 25 do mesmo mês.

Desde 1º de janeiro a Saúde já contabilizou 1.971 casos confirmados de dengue.

2024

  • Sexo feminino, 86 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada, era moradora da área de abrangência do CS São Bernardo. Ela teve início dos sintomas em 30 de abril e o óbito ocorreu em 23 de maio de 2024
  • Sexo masculino, 34 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública, era morador da área de abrangência do CS Carvalho de Moura. Ele teve início dos sintomas em 24 de abril e o óbito ocorreu em 4 de maio de 2024.

Com os novos registros, Campinas passou a ter 121.943 casos e 92 mortes no ano anterior.

Dois fatores contribuíram para a alta de casos na cidade desde 2024: circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente com sucessivas ondas de calor.

O que foi feito?

Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

A Prefeitura mantém ações diárias para prevenção e combate e desde novembro do ano passado tem aplicado novas estratégias para prevenção à doença, ampliação da vacinação de crianças e adolescentes, e reforço nos insumos para assistência. Veja abaixo números.

A Secretaria de Saúde reitera o alerta com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro para o mosquito, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

“O período sazonal da dengue está intrinsecamente relacionado ao clima, com destaque para os meses mais quentes do ano, pois as temperaturas mais altas proporcionam melhores condições para multiplicação do vetor. Assim, os casos de dengue tendem a aumentar gradualmente a partir de outubro, sendo os meses de maior ocorrência março, abril (pico) e maio. Por isso, reforçamos o apelo para que a população nos ajude neste enfrentamento”, explicou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto Marinho Neto.

Ações em números

Entre 1º de janeiro e 19 de fevereiro foram realizadas as seguintes ações:

  • Controle de criadouros: 165.320 visitas a imóveis (até 13 de fevereiro);
  • Nebulização: visitas a 33.979 imóveis (até 13 de fevereiro);
  • Mutirões em 2025: três, com visitas a 12.080 imóveis (até 22/2);
  • 1.158 toneladas de resíduos retirados em ações (de 1/1 até 19/2);
  • Lideranças de bairros capacitadas (de dezembro de 2014 a 19/2): 62;
  • 34 capacitações para profissionais de saúde (de 1/1 até 19/2);
  • 250 servidores brigadistas;
  • 300 servidores capacitados;
  • Vacina dengue (doses atrasadas): 10.449 interações com famílias de crianças e adolescentes (desde novembro de 2024);
  • Monitoramento de pacientes com suspeita de dengue via chatbot: 51.901, sendo 17.123 encaminhados aos serviços de saúde (desde fevereiro de 2024);
  • 19 ações de educação em saúde para profissionais e serviços de saúde (desde 1/1).

Já durante o ano de 2024 ocorreram:

  • Controle de criadouros: 1.707.884 visitas a imóveis;
  • Nebulização: cobertura de 286.993 imóveis;
  • Mutirões: 21, com visitas a 95,1 mil imóveis;
  • Mais de 250 escolas trabalharam o tema, com 63 mil crianças e famílias impactadas;
  • 98,5 mil toneladas de resíduos retirados em ações;
  • 250 servidores brigadistas;
  • 300 servidores capacitados;
  • 15 ações de fiscalização integrada;
  • 36 lideranças de bairros capacitadas;
  • 118 capacitações para profissionais de saúde;
  • 35 reuniões e visitas técnicas em serviços de saúde;
  • 153 ações de educação em saúde para profissionais e serviços de saúde.

Assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

 

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RMC

UBSs de Americana realizam testes rápidos de dengue para moradores com sintomas leves

As UBSs funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h – nas unidades da Praia Azul e São Vito, o atendimento ocorre nos mesmos dias, das 8h às 20h

 

Moradores de Americana que apresentarem sintomas leves de dengue podem procurar a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de onde moram para realização do teste rápido para a doença. O diagnóstico precoce facilita o encaminhamento para as unidades mais adequadas no município, no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), conforme o quadro apresentado pelo paciente. As orientações são reforçadas pela Prefeitura de Americana, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.

Entre os sintomas leves estão febre, dor no corpo, dor de cabeça e mal-estar. “As nossas unidades estão preparadas para realizar a triagem e oferecer o teste rápido para dengue, garantindo um atendimento ágil e seguro à população”, ressalta a diretora da Unidade de Serviços de Saúde Básica e Preventiva, Simone Maciel.

As UBSs funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h – nas unidades da Praia Azul e São Vito, o atendimento ocorre nos mesmos dias, das 8h às 20h.

Pessoas que apresentem sintomas leves, mas com sinais de alerta, como dificuldade de alimentação e hidratação, febre persistente e dores intensas, especialmente idosos, gestantes e crianças menores de 2 anos, devem buscar atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) São José, na região da Cidade Jardim, ou Dona Rosa, na região do Parque Gramado, ou ainda o PA (Pronto Atendimento) do Antônio Zanaga. As unidades atendem 24 horas por dia.

Já os casos graves, que envolvem sintomas como sangramentos nas mucosas, vômito persistente, hipotensão e sinais de choque, devem ser encaminhados imediatamente para atendimento de emergência no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, também disponível 24 horas por dia.

“É importante que as pessoas saibam o local indicado para cada tipo de situação e procurem adequadamente o serviço de referência. Esse fluxo está definido em nosso plano de contingência e tem como objetivo agilizar o atendimento e dar o encaminhamento para a assistência devida”, observa a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Brito.

“Estamos empenhados em garantir que todos tenham acesso ao atendimento correto, de acordo com a gravidade dos sintomas. Além disso, a testagem rápida em todas as UBSs permite um diagnóstico mais ágil, auxiliando no controle da doença na cidade”, reforça o secretário de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

Vacinação

A vacinação contra a dengue continua disponível em Americana para adolescentes de 10 a 14 anos, público-alvo definido pelo Ministério da Saúde. O esquema vacinal consiste em duas doses aplicadas com um intervalo de três meses.

A imunização está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, em todas as UBSs, com exceção das unidades da Praia Azul e São Vito, que funcionam das 8h às 20h.

A Secretaria de Saúde reforça a importância da vacinação e da busca pelo atendimento adequado diante de qualquer suspeita da doença. Em caso de sintomas, a orientação é procurar a unidade de saúde correspondente o mais rápido possível.

Texto: Amauri de Souza (MTb 27.493)

Foto: Divulgação

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RMC

Profissionais de saúde recebem capacitação sobre manejo de pacientes com dengue em Americana

Com o apoio da Prefeitura de Americana, a AMA (Associação Médica de Americana) promoveu, nesta segunda-feira, dia 17, uma capacitação sobre manejo ao paciente com dengue, destinada a médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde. O objetivo foi atualizar os protocolos referentes ao atendimento de pessoas com a doença nas unidades de saúde do município.

O encontro, na sede da entidade, contou com a presença do vice-prefeito Odir Demarchi, do presidente da AMA, Dr. Renato Monteiro, do secretário adjunto de Saúde, Fábio Joner, da superintendente da Fusame (Fundação de Saúde de Americana), Lilian Franco de Godoi, e da responsável técnica dos médicos da rede de Atenção Básica, Dra. Katrine Aline Borges Monteiro.

A capacitação foi conduzida pelo médico infectologista Dr. Arnaldo Gouveia Junior, com o apoio técnico da coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Brito, da diretora da Unidade de Serviços de Saúde Básica e Preventiva, Simone Maciel, e da coordenadora da Atenção Básica, Ester Souza. 

“A Saúde é o esteio da nossa administração e estamos unindo todos os setores e equipes para o enfrentamento da dengue em nossa cidade. E os profissionais de saúde são os personagens centrais, por isso a nossa gratidão por tudo o que vocês vêm realizando para melhor acolher e assistir os nossos pacientes”, declarou Odir.

Durante sua explanação, o médico Arnaldo Gouveia Junior apresentou estatísticas sobre a dengue no mundo e o cenário atual no município. Ele abordou questões como prevenção, diagnóstico, tratamento, suspeição, vacinação, sinais de alarme, conduta clínica, classificação do quadro clínico, hidratação ao paciente e testes rápidos e sorológicos.

“Nesse momento, é fundamental que toda a rede de saúde do município esteja bem preparada para fazer o manejo dos pacientes e reconhecer rapidamente os casos, principalmente os que vão evoluir para quadros graves”, disse o infectologista.

“Nós elaboramos um plano de contingência, visando garantir assertividade, segurança e eficiência na conduta aos pacientes com dengue. Esta capacitação é fundamental e vem ao encontro daquilo que já estamos trabalhando incessantemente, com o intuito de mitigar ao máximo o impacto de uma epidemia no município”, acrescentou o secretário de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

Texto: Amauri de Souza (MTb 27.493)

Fotos: Marilia Pierre e Dener Chimeli

 

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Brasil e Mundo

Opas emite alerta para risco de surtos de dengue 3 nas Américas

Aviso inclui Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu alerta epidemiológico sobre o risco elevado de surtos de dengue tipo 3 nas Américas. De acordo com a entidade, a circulação do sorotipo já foi registrada em diversos países do continente – incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru.

“A Opas pede aos países que reforcem sua vigilância, o diagnóstico precoce e a gestão clínica para que possam enfrentar um potencial aumento de casos de dengue”, destacou a organização, em nota. O comunicado cita ainda que a Argentina chegou a registrar alguns casos de dengue tipo 3 em 2024.

O vírus da dengue conta, ao todo, com quatro sorotipos distintos, sendo que a imunidade contra um sorotipo oferece proteção vitalícia apenas contra esse sorotipo específico. “O que significa que infecções subsequentes com outros sorotipos podem aumentar o risco de formas graves da doença”.

“O aparecimento ou o aumento da circulação de um sorotipo que antes não era predominante em uma região pode levar a um aumento de casos de dengue, devido à maior suscetibilidade da população”, alertou a Opas. No Brasil, o sorotipo 3 não circula de forma predominante desde 2008.

Ainda de acordo com a entidade, o sorotipo 3 vem sendo associado a formas graves da doença, mesmo em infecções primárias (quando o paciente não possui histórico de infecções por outros sorotipos da dengue). “O cenário levanta preocupações sobre o potencial impacto do sorotipo 3 na saúde pública”.

“O ressurgimento do sorotipo 3, após um período de ausência prolongada em determinadas áreas das Américas, aumenta a vulnerabilidade de populações que não foram previamente expostas a ele”, concluiu a Opas.

Em 2024, as Américas reportaram mais de 13 milhões de casos de dengue, sendo 22.684 classificados como quadros de dengue grave (0,17%), além de 8.186 mortes associadas à doença.

Nas primeiras semanas de 2025, 23 países e territórios das Américas contabilizam 238.659 casos de dengue, a maioria concentrada no Brasil (87%). Em seguida estão Colômbia (5,6%), Nicarágua (2,5%), Peru (2,5%) e México (2,5%). Do total de casos, 263 foram classificados como dengue grave, além de 23 mortes confirmadas.

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RMC

Americana recebe 12,3 mil testes rápidos de dengue

A Prefeitura de Americana, por meio da Secretaria de Saúde, recebeu 12.325 testes rápidos de dengue destinados ao município pelo Governo de São Paulo. Os testes foram retirados, nesta quinta-feira, dia 6, no almoxarifado do Departamento Regional de Saúde, em Campinas, e serão utilizados em toda a rede municipal, conforme as diretrizes do plano de contingência para pacientes com dengue.

“Com esses insumos, nós poderemos identificar de forma mais ágil os casos suspeitos, permitindo um atendimento rápido e eficaz aos pacientes. Isso contribui para um controle mais eficaz da doença, com um melhor rastreamento”, afirmou o secretário de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.

A Vigilância Epidemiológica informou que os testes foram enviados ao almoxarifado central da Secretaria de Saúde e serão distribuídos aos serviços assistenciais conforme a demanda de atendimento nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e no PA (Pronto Atendimento) do bairro Antônio Zanaga.

O Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi e as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) São José e Dona Rosa utilizam testes adquiridos pela organização social Santa Casa de Misericórdia de Chavantes (SCMC), que gerencia as unidades por meio de gestão compartilhada com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Americana.

Texto: Amauri de Souza (MTb 27.493)

Fotos: Divulgação

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Saúde

Dengue: saiba por que o tipo 3 é motivo de preocupação em 2025

Baixa circulação dessa cepa nos últimos anos pode deixar a população mais vulnerável à infecção neste ano, o que também tem potencial de causar quadros mais graves

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein

O sorotipo 3 da dengue já responde por quase metade dos casos registrados em 2025 no Brasil. E isso vem gerando preocupação entre os especialistas pelo risco de causar mais infecções e quadros graves da doença.

Existem quatro subtipos de vírus causadores da dengue. Desde 2008, o tipo 3 circula no país em baixíssima frequência (menos de 2% dos casos). Mas essa proporção vem aumentando: em 2024, foram confirmados 116.600 casos do tipo 1, 24.300 do tipo 2 e 2.192 do 3, segundo o monitoramento do Ministério da Saúde em amostras sequenciadas. Neste ano, já foram confirmados 10 casos do sorotipo 1, 184 do sorotipo 2 e 138 do sorotipo 3. O tipo 4 é muito raro.

“A circulação é marcada por ciclos de predominância de alguns sorotipos do vírus e, quando um entra em circulação, gera uma maior imunidade específica contra ele na população. Quando a circulação de um sorotipo é baixa, o oposto ocorre, e vemos uma queda na imunidade para aquele tipo viral”, explica o virologista Anderson Brito, do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que faz o monitoramento da circulação de diversos patógenos no país a partir de dados de laboratórios públicos e privados.

A circulação do tipo 3 preocupa porque ele praticamente não circulava há muito tempo no Brasil. “Há uma grande parcela da população que não teve contato com ele e, portanto, pode haver aumento no número de casos e também de casos graves”, diz a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Quando uma pessoa é infectada por um vírus da dengue, seu organismo desenvolve anticorpos específicos e ela fica imunizada apenas contra a cepa causadora da infecção. Se houver uma nova infecção por um tipo diferente, essa imunidade pode ter efeito contrário: em vez de barrar, facilitar a entrada do vírus no organismo, fenômeno que gera uma resposta inflamatória exagerada. Daí porque a reinfecção é um fator de risco para casos graves.

Segundo projeções do ITpS, os números da doença devem seguir uma trajetória ascendente até meados de abril – uma curva similar à do ano de 2022. “O ciclo 23-24 foi muito atípico, com uma explosão de casos antes do início do ano, ainda em novembro de 2023. Muito em função do fenômeno El Niño, que trouxe mais chuvas e temperaturas mais altas que favoreceram a proliferação do mosquito”, explica Brito.

Até último dia 23 de janeiro, foram registrados 101.485 casos prováveis de dengue e 15 mortes, sendo que outros 116 óbitos estão em investigação, segundo o Ministério da Saúde. Os números estão abaixo do registrado no ano passado: nesse mesmo período, já havia quase 200 mil casos. No entanto, os dados de 2025 estão superiores aos de 2023, que não chegaram a 50 mil nos primeiros 22 dias do ano.

Por isso, é importante intensificar medidas de prevenção, como uso de repelente e combate aos criadouros de mosquito. A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, em localidades prioritárias selecionadas a partir do cenário epidemiológico do país.

Embora seja desenvolvido para combater os quatro tipos, o imunizante tem uma resposta maior contra os tipos 1 (quase 70%) e 2 (quase 95% de eficácia). Para o tipo 3, a resposta é moderada, com cerca de 49% de eficácia. Em relação ao 4 ainda não há dados suficientes para avaliar.

Sintomas da dengue

A infecção pela dengue pode ser assintomática, mas nos casos em que há sintomas a primeira manifestação costuma ser febre alta (acima de 38°C), de início súbito, que dura de dois a sete dias.

Outros sintomas comuns são:

  • Dor no corpo e articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal-estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo.

A fase crítica começa com o declínio da febre, entre o terceiro e o sétimo dia após o início dos sintomas. É nesse período que podem ocorrer os sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua, náusea, vômitos persistentes, sangramento das mucosas, além de hipotensão, letargia, entre outros.

Não há tratamento específico para a dengue. Deve-se fazer reposição de líquidos e repouso e nunca se automedicar. Em caso de algum sinal de alarme, procure atendimento médico com urgência.

No início de janeiro, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergências em Saúde (COE) para ampliar o monitoramento das arboviroses no Brasil, incluindo a dengue, com o objetivo de fortalecer a capacidade de resposta do país.

Fonte: Agência Einstein

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Brasil e Mundo

Sociedade médica alerta para baixa procura da vacina contra a dengue

Início da vacinação contra dengue no Distrito Federal, na UBS1 do Cruzeiro.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Apenas metade das doses distribuídas foi aplicada

Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) emitiu um alerta nesta sexta-feira, dia 24, sobre a baixa procura por vacina contra a dengue. O imunizante está disponível para um grupo restrito de pessoas em 1,9 mil cidades nas quais a doença é mais frequente. Apenas metade das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde para estados e municípios foi aplicada.

De acordo com a pasta, de 2024 a 20 de janeiro de 2025, foram distribuídas 6.370.966 doses. A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) indica que 3.205.625 foram aplicadas até o momento.

Em 2024, o país teve registro recorde de dengue: 6.629.595 casos prováveis e 6.103 mortes. Estão ainda em investigação 761 óbitos. Os dados fazem parte do painel de monitoramento do Ministério da Saúde e traz informações até 28 de dezembro de 2024. Em 2025, são 101.485 casos prováveis e 15 mortes confirmadas.

A vacina

A vacina contra a dengue, Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda Pharma e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), começou a ser distribuída no país em fevereiro de 2024.

Por causa da capacidade limitada do fabricante, a quantidade de doses adquiridas pelo governo brasileiro precisou ser restrita ao público-alvo de crianças de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa.

A Qdenga é aplicada em duas doses com intervalo de 90 dias.

A presidente da SBIm, Mônica Levi, destaca que o Brasil foi o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue na rede pública. No entanto, lamenta o que classifica como “baixa procura”. Ela ressalta que a Qdenga é um imunizante seguro e eficaz.

“Qualquer vacina para ser aprovada e licenciada no país passa por uma série de critérios de aprovação, e essa vacina Qdenga, do laboratório Takeda, foi aprovada no Brasil, na Europa, na Argentina, em vários da Ásia, em vários países do mundo”, afirmou à Agência Brasil.

Ela reforça o benefício de completar o ciclo de duas aplicações. “A segunda dose é responsável, principalmente, pela proteção de mais longa duração, de pelo menos mais quatro anos e meio”, explica.

Mônica Levi orienta que quem perdeu o prazo de 90 dias pode tomar a dose adicional normalmente. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, convocou crianças e adolescentes para receberem a dose adicional.

“Se houver atraso do esquema, a primeira dose continua válida, jamais [deve] recomeçar. Dose dada é dose computada no nosso sistema imunológico, e o resultado final não tem nenhum prejuízo em um alargamento do intervalo entre as doses. Mas a gente sempre recomenda, dentro do possível, fazer as doses no esquema recomendado”, completa.

O Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, anunciou no último dia 22 o início da produção dos imunizantes contra a dengue. A vacina se chamará Butantan-DV. Mas ainda é preciso aprovação da Anvisa. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não acredita que o país terá vacinação em massa em 2025.

Prevenção e monitoramento

O alerta da sociedade médica acompanha ações recentes de prevenção e monitoramento do Ministério da Saúde e chega em um momento de preocupação crescente por causa da detecção do sorotipo 3 (DENV-3) do vírus da dengue. Esse tipo não circula de forma predominante no país desde 2008, e grande parte da população está suscetível ao DENV-3.

Entenda o que são sorotipos da dengue e por que o tipo 3 preocupa

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde explicou que a lista dos 1.921 municípios que receberam a Qdenga foi elaborada justamente com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), ou seja, de acordo com estados e municípios.

“As vacinas são destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte, com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses”, apontou a pasta. Veja a lista de municípios aqui

O ministério afirma que a baixa disponibilidade para aquisição do imunizante faz com que a vacinação não seja a principal estratégia do governo contra a dengue. Por isso, é mantida ênfase na prevenção.

O órgão destaca que lançou o Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses (doenças transmitidas por insetos, como mosquitos), em parceria com estados, municípios e organizações.

A iniciativa prevê a intensificação do controle vetorial do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença, com tecnologias como o método Wolbachia, Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) em áreas de difícil acesso e a Técnica do Inseto Estéril por Irradiação (TIE-Irradiado) em aldeias indígenas, além da borrifação residual em imóveis públicos com grande circulação de pessoas.

O ministério lembra ainda que instalou, no último dia 9, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para ampliar o monitoramento de arboviroses.

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Brasil e Mundo

Governo de SP lança Plano de Contingência da dengue, chikungunya e Zika

Aedes aegypti dengue mosquito. Saúde identificou prevalência do sorotipo 3

Planejamento foi atualizado para o biênio 2025/2026 e apresenta nova metodologia para acompanhamento dos casos

O Governo de São Paulo apresentou, nesta quarta-feira, dia 15, o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas 2025/2026, com as principais estratégias, ações e recomendações de combate à dengue, chikungunya e Zika. Com uma nova metodologia para acompanhamento dos casos e de resposta no atendimento aos pacientes, o plano foi apresentado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) na Sala de Situação sobre o tema.

O plano foi detalhado pela área de Vigilância Epidemiológica, que apontou, ainda, a prevalência do sorotipo 3 circulando desde o fim do ano passado, identificado pelas 71 unidades sentinelas que monitoram a circulação do vírus da dengue, do tipo 1 ao 4, em todo o território paulista.

Com a presença de representantes da Defesa Civil, OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, destacou que, desde o ano passado, o governo estadual mantém ações contínuas para apoiar os municípios no combate às arboviroses.

Plano de contingência foi lançado nesta quarta-feira. Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

“Estamos pautando iniciativas efetivas e continuaremos esse diálogo em todo o território paulista, com os nossos Departamentos Regionais de Saúde (DRS), reforçando o papel da vigilância e controle, além de ampliar a rede assistencial. Nosso objetivo é reduzir a incidência e mortalidade causada pelas doenças e coordenar a resposta estadual de forma integrada entre todos os níveis de atenção à saúde”, afirmou Eleuses Paiva.

Segundo a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES, Tatiana Lang, o plano considera cenários de mobilização e alerta regional, conforme o número de casos suspeitos e confirmados em períodos de quatro semanas consecutivas. “A classificação dos cenários considera a média histórica de casos dos últimos dez anos nas regiões. Temos um painel em tempo real mostrando todos os números, gerando mapas por semanas epidemiológicas e tudo isso dá mais transparência de como o Governo do Estado tem lidado com o combate às arboviroses”, explica.

Para o representante da OPAS, Rodrigo Said, as atualizações do Plano de Contingência de Arboviroses representam uma novidade, promovendo o envolvimento intersetorial e de todas as regiões na prevenção, controle e vigilância. “Isso reduz o impacto desse desafio que teremos pela frente”, afirmou.

O Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas: Dengue, Chikungunya e Zika 2025/2026 pode ser acessado pelo site dengue.saude.sp.gov.br.

“São novos cenários, inclusive, com novas metodologias de avaliação, trabalhando com os grupos de vigilância epidemiológica e os departamentos regionais de saúde”, esclareceu Regiane de Paula, coordenadora em Saúde, da Coordenadoria de Controle de Doenças.

Transparência

A plataforma desenvolvida pela Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES apresenta novos painéis para ampliar a transparência na consulta dos casos por dengue e chikungunya no Estado, por meio do dengue.saude.sp.gov.br.

Os dados estão disponíveis para todos os usuários e são atualizados em tempo real, mostrando números detalhados das doenças, inclusive por região e por sorotipo da dengue.

Tire suas dúvidas!

O Governo de SP lançou, no ano passado, o portal “Dengue 100 Dúvidas” com as cem perguntas mais frequentes sobre dengue, chikungunya e Zika nos buscadores da internet. A ferramenta desmistifica as fake news que circulam nas redes sociais e orienta a população sobre as doenças. O acesso está disponível no link: www.dengue100duvidas.sp.gov.br.

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Brasil e Mundo

Capital paulista recebe novo lote de vacinas contra dengue

Vacina contra a dengue Qdenga que chegará ao Brasil é fabricada pela farmacêutica Takeda em Singen, na Alemanha. Foto: Takeda/Divulgação

Aplicações da primeira dose serão retomadas neste sábado

Bruno Bocchini – Repórter da Agência Brasil

A prefeitura de São Paulo informou, nesta sexta-feira, dia 1º, que o município recebeu do Ministério da Saúde 170.753 doses da vacina contra a dengue, a Qdenga, e que irá retomar a aplicação da primeira dose do imunizante neste sábado, dia 2, em jovens de 10 a 14 anos. A segunda dose continua sendo aplicada normalmente na cidade.

Segundo a prefeitura, as pessoas interessadas em se imunizar devem comparecer a uma das unidades básicas de saúde (UBS) do município, no período das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, ou aos sábados, às unidades de Atendimento Médico Ambulatorial Integradas (AMAs/UBS), no mesmo horário, com documento de identificação com foto e um responsável legal.

A campanha de vacinação contra a dengue na capital paulista teve início no mês de abril e, desde então, foram vacinadas 186 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos com a primeira dose.

Atualmente, 79.357 crianças e adolescentes que receberam a primeira dose estão elegíveis para receberem a segunda dose. Para verificar a disponibilidade do imunizante, basta acessar o portal De Olho na Fila.

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