Opnião
O direito de viajar será devolvido aos brasileiros
Já caminhando para o início do segundo semestre, o ano de 2021 terá duas datas particularmente importantes: 17 de janeiro e 18 de outubro. A primeira registra o início da vacinação contra a covid-19, em São Paulo. O País passou a contar com um aliado efetivo, de reconhecida qualidade e eficácia comprovada. Vitória do trabalho sério, conquista do Instituto Butantan.
A segunda data, 18 de outubro, conforme anunciado pelo Governador João Doria, marcará o alcance da vacinação de toda a população adulta do Estado, seja com a CoronaVac, AstraZeneca ou outras. Independente da vacina, o importante é o controle da transmissão da covid-19.
Um reforço para todo o Brasil será a ButanVac, em vias de ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e 100% produzida em São Paulo, sem a necessidade de importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). O Brasil será autossuficiente e poderá ajudar milhões de pessoas em todo o mundo com uma vacina eficiente e mais barata, já que a tecnologia é de domínio do Instituto Butantan.
Passados cinco meses do início da vacinação a imunização da população ainda é inferior 15% — as duas doses. Desde o inicio da pandemia o turismo ganhou destaque por meio de simulações estatísticas invariavelmente catastróficas. Foi um dos setores econômicos mais atingidos.
Estudos da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado, assim como o monitoramento que temos feito das iniciativas de outros países, indicam que com pelo 30% da população imunizada será possível um início de retorno menos arriscado, desde que combinado com os mesmos cuidados que já conhecemos: máscaras, mãos lavadas constantemente e evitar aglomerações ou exposição sem necessidade. Com 70% da população imunizada, 140 milhões de brasileiros com as duas doses, poderemos voltar a uma vida menos tensa, com as viagens quase normalizadas.
Não haverá um retorno uniforme, por certo, pois o turismo não é homogêneo. Os grandes eventos comerciais ou encontros de negócio devem ter um retorno mais lento; a busca pelas viagens de lazer deve reagir primeiro. Neste caso, São Paulo leva vantagem: tem a oferta (atrações e cidades turísticas) e a demanda (os moradores do próprio Estado). Oportunidade de um final de ano com movimento em todas as regiões do estado, geração de empregos, renda e desenvolvimento.
Com o avanço da vacinação e o controle dos índices de atendimento em saúde, passamos a poder olhar para frente, com um curto prazo de muito trabalho para a reconquista do direito de viajar com segurança. Ainda enfrentaremos alguns meses difíceis, mas temos tudo para que 2021 seja também o início da retomada.