Opnião
EDITORIAL: Tempos sombrios
Estamos a nove dias do segundo turno das eleições e o Brasil já não aguenta tanta mentira, manipulação da informação e tanta empulhação das duas partes – PT 13 e PL 22 – ou petistas e bolsominions ou ainda usando influenciadores e suas redes sociais.
A atmosfera na qual o Brasil e consequentemente os brasileiros estão envolvidos nesses quase 46 dias de campanha é danosa para a saúde mental de todos. Não bastasse o estrago que a pandemia causou na mente de milhões de pessoas Brasil afora, somos agora obrigados a ver uma nação dividida por um ranço político/ideológico (só que não) entre direita e esquerda.
Nos últimos dias em nossas conversas com amigos e familiares é comum ouvirmos a afirmação – independente do lado político – de esgotamento, tensão, ansiedade, de que já não aguentamos mais uma campanha levada a níveis tão baixos e medíocres. A verdade é que o brasileiro se encontra ‘à beira de um ataque de nervos’ à espera do próximo dia 30 de outubro, dia do segundo turno das eleições.
As tensões dessas últimas semanas potencializadas pelas redes sociais, sobretudo pelo posicionamento de influenciadores e lideranças religiosas, muitos distorcendo fatos em favor do seu candidato preferido, leva milhões a uma ‘cegueira coletiva’, onde o voto não está sendo decidido pelo candidato que tem melhor plano ou projeto para o Brasil, mas sim por aquele que ‘grita’ mais alto e está tendo o respaldo daqueles que dominam a arte do discurso e fazem ecoar seu som pelas redes sociais onde, sem filtro algum que possa separar o ‘joio do trigo’. Desta forma, vão cimentando a divisão do Brasil.
Estamos vivendo tempos sombrios, onde a imprensa séria e responsável também passou a ser vítima através das vozes de influenciadores e líderes religiosos que na insana intenção de defender seu candidato menosprezam o trabalho do jornalismo que visa levar até o cidadão informações que foram investigadas e apuradas de forma técnica e séria, mas que por não atenderem aos víeis de confirmação de uma grande parcela da população, assim como os negacionistas, satanizam a imprensa.
Em tempos como este – infelizmente vivenciado por nós em pleno século XXI – onde temos tecnologia e amplo acesso à informação – teorias da conspiração e ‘bodes expiatórios’ sempre surgem para satisfazer o desejo espúrio de alguns pelo poder. Mais lamentável ainda é ver a religião e a Fé ser capitaneada, com jamais visto para este fim, sobretudo o cristianismo. Provavelmente Jesus não pensaria e não agiria deste jeito.
Entendendo que, historicamente sistemas ditatoriais (de esquerda ou direita) usam desse artifício para dominar as massas com o argumento que o adversário irá destruir as conquistas até então obtidas e colocarão em risco a família, a tradição e a propriedade.
Vivemos um momento ímpar na história recente do Brasil. O radicalismo polarizado dessa campanha é danoso para todos nós, que na segunda-feira, após o dia 30 de outubro, querendo ou não, vamos ter que voltar à nossa ‘normalidade’ dentro de nossas relações sociais. Já os políticos, como sempre, dão cabo rapidinho de colocar a vida e a rotina em ordem.
Independente do lado que vença a eleição, falando aqui especialmente de governo, este terá ainda que conviver com essa polarização absurda à qual o Brasil foi submetido, sobretudo com o surgimento de uma ultradireita conservadora que, em que pese a importância e a valia de alguns pontos de sua pauta, jogam de forma atroz e insana contra os princípios básicos da democracia. E, não entendem que, sem democracia, a pauta que defendem, a família deixa de existir.
Fato é que nós brasileiros estamos cansados e ansiosos e isso não é bom nesses tempos tão difusos e obscuros que vivemos. Não é apenas o futuro do Brasil que está em jogo neste momento, mas sim nossa saúde mental, agravada pela pandemia e agora pela situação política, econômica e social de nosso país.
Temos que ficar firmes por apenas mais uma semana e, acreditem ou não nossa mais poderosa arma contra esse tipo de abuso que vivenciamos nos últimos meses é o voto. Vá às urnas consciente dele e que através dele você estará respaldando uma das maiores conquistas do povo brasileiro: a democracia. Que esse aprendizado de 2022 sirva tanto para os futuros políticos como para nós eleitores em nossos próximos embates eleitorais.