Valinhos
Após 26 dias, Sindicato se manifesta sobre WestRock

O anúncio do encerramento das operações da fabricante de embalagens de papelão WestRock, antiga Rigesa, de Valinhos não ficará sem resposta. É o que promete o presidente do Sindicato do Papel, Papelão e Cortiças de Valinhos, Antônio Roberto do Valle, conhecido como Morungaba. Em entrevista à Folha de Valinhos, ele disse desejar diálogo com a empresa, mas não descarta tomar atitudes mais enérgicas caso não haja uma solução pacífica.
Segundo Morungaba, cujo sindicato presidido por ele representa a maioria dos funcionários da WestRock, a saída da empresa de Valinhos ‘é uma perda gigantesca’. “Quem perde mais com isso não é o sindicato, mas sim a sociedade valinhense. A Rigesa, hoje WestRock, é uma referência histórica e econômica para a cidade. Eles saírem daqui é algo muito ruim para todos nós”, contou.
Ainda de acordo com o sindicalista, que esteve doente nas últimas semanas, a empresa não o comunicou formalmente sobre o fim das operações no município. “Um dos advogados de lá me ligou, dizendo que em 2019 sairão daqui em definitivo, mas sem detalhes. Até agora não recebi nenhum documento ou ofício sobre isso. Vocês da imprensa sabem mais do que eu. Achei isso muito estranho, pois sempre tive boas relações com o comando da empresa. Eles sempre foram muito transparentes conosco”, comentou.
Questionado sobre o que é possível fazer para impedir a empresa de deixar Valinhos, Morungaba foi taxativo. “Isso é muito difícil, pois o comando da empresa tem o pleno direito de tomar as decisões que acharem melhores. Porém, essas decisões afetarão centenas de trabalhadores por aqui. É uma ação que gerará uma reação. Nós queremos um diálogo aberto com a WestRock. Caso isso não aconteça, aí a conversa muda. Vamos defender os direitos dos trabalhadores, sem dúvidas”, disse.
Perguntado sobre uma possível paralisação dos trabalhos na empresa, o presidente do sindicato disse que é algo que não está descartado. “Porém é algo que ficará em último caso. Queremos um diálogo antes. A nossa ideia é que tudo seja resolvido sem mais danos. Uma greve é algo extremo. Não podemos banalizar esse tipo de ação. Mas quero deixar claro aos trabalhadores que continuaremos a defendê-los, com a empresa saindo da cidade ou não”, encerrou.
Outro lado
A WestRock, por meio da assessoria de imprensa, informou que antecipou a comunicação do encerramento de suas operações em Valinhos prevista para 2019 a seus funcionários e demais públicos envolvidos, incluindo o Sindicato de Papel e Papelão de Valinhos, em 18 de setembro, imediatamente após a comunicação global aos investidores.
Ainda segundo a empresa, o sindicato foi comunicado via telefone e, na última quarta-feira, 11, via carta, com respostas aos questionamentos da categoria sobre a saída da empresa.
“A WestRock reitera que conta com o apoio desta entidade sindical para que a transição ocorra da melhor maneira possível para todos”, pontuou a WestRock, que ressaltou esperar de Morungaba uma previsão de data e horário para agendar uma reunião.
Luiz Felipe Leite
Repórter


