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Município é escolhido para participar de projeto sobre Atrofia Muscular Espinhal

Hortolândia foi escolhida por ser considerado polo de excelência na coleta do Teste do Pezinho, exame que detecta a doença

A rede pública de saúde de Hortolândia conquista mais um reconhecimento importante por sua excelência técnica. O município foi selecionado para participar de um projeto sobre a doença Atrofia Muscular Espinhal (AME). Hortolândia foi escolhida por ser considerada polo de excelência na coleta do Teste do Pezinho. Esse exame detecta precocemente várias doenças em bebês, dentre as quais a AME. A escolha de Hortolândia foi feita pelo CIPOI (Centro Integrado de Pesquisas Oncohematológicas na Infância), órgão da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que faz a triagem de Testes do Pezinho de 52 municípios da região. O projeto sobre a AME é promovido pela OSC (Organização da Sociedade Civil) Instituto Jô Clemente. Outros dois municípios também foram selecionados para participar do projeto, junto com Hortolândia.

A técnica de enfermagem, Viviane Santana, uma das coordenadoras da Linha de Cuidado Materno Infantil do Hospital Municipal Mario Covas, destaca que as equipes de saúde do município realizam um trabalho de alta qualidade técnica na coleta dos Testes do Pezinho, de acordo com os protocolos preconizados pelas autoridades sanitárias.

Além de evidenciar o bom trabalho dos profissionais de saúde do município, o projeto vai beneficiar a população. A partir da triagem dos Testes do Pezinho pelo CIPOI, os bebês que testarem positivo para AME vão receber tratamento e acompanhamento pelo Instituto Jô Clemente, localizado na cidade de São Paulo. Segundo a técnica de enfermagem, a OSC custeará as despesas da criança com o tratamento e fornecerá o medicamento, por meio do Programa de Alto Custo do Ministério da Saúde. As informações dos casos de cada paciente vão compor os estudos sobre a doença desenvolvidos pelo instituto. A participação do município no projeto é permanente.

De acordo com a técnica de enfermagem, a AME é uma doença degenerativa, que é passada pelos pais aos filhos. A doença afeta a capacidade do organismo humano em produzir um tipo de proteína que alimenta os neurônios que possibilitam a pessoa a fazer movimentos importantes como respirar, engolir, segurar a cabeça e locomoção. Segundo informações do Ministério da Saúde, a AME é uma doença rara. De cada 100.000 pessoas, 65 podem vir a desenvolver a doença. A AME é uma doença que não tem cura.

“A pessoa acometida pela AME vive acamada. Mas, se a doença é detectada precocemente, o paciente pode ter melhor qualidade de vida com a medicação que é prescrita no tratamento”, explica a técnica de enfermagem.

TESTE DO PEZINHO 

A detecção da AME é feita pelo Teste do Pezinho. Por meio do programa, o município começou neste mês a coletar o teste para detectar a doença em bebês nascidos na maternidade do Hospital Municipal Mario Covas. De acordo com Viviane Santana, por enquanto nenhuma criança teve resultado positivo para a doença.

O Teste do Pezinho é obrigatório. O teste consiste em coletar uma amostra de sangue pelo calcanhar do bebê. De acordo com Viviane Santana, o teste deve ser feito 48 horas após o nascimento da criança. “Em Hortolândia, o bebê recebe alta somente após ter sido feita a coleta do teste”, explica a técnica, reforçando que o teste é importante para a detecção precoce de doenças que podem vir a afetar o desenvolvimento e a saúde da criança.

Além da AME, o Teste do Pezinho detecta outras seis doenças: Deficiência da Biotinidase, Doença Falciforme, Fenilcetonúria, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Hipotireodismo Congênito. De acordo com o Ministério da Saúde, a lei federal 14.154 de 2021 estabelece a ampliação para 50 o número de doenças detectadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Essa ampliação será feita de forma escalonada pelo Ministério da Saúde.

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