O Brasil é um dos maiores consumidores de açúcar do mundo. Ocupamos a quarta posição, precisamente.
  Infelizmente não é um ranking de se orgulhar. Na verdade, consumimos 3x mais do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O consumo exagerado de açúcar está ligado ao aparecimento de várias doenças como obesidade, câncer e diabetes, além de cáries.
Mas uma das grandes preocupações dos profissionais da área de saúde, como eu, é o poder viciante do açúcar.
Sim! O açúcar tem um efeito tão viciante no nosso cérebro que sua dependência é comparada ao vício em cocaína. Triste e assustador não é mesmo?
E isso não é exagero. O açúcar gera uma forte relação de dependência no nosso organismo após seu consumo rotineiro.
Por isso, sempre oriento meus pacientes a evitar o primeiro pedaço de doce. Caso contrário, ficamos sob um efeito de looping desejando por mais e mais açúcar.
Assim como vício em drogas, não indico que a pessoa pare aos pouquinhos; o tratamento inclui a suspensão de uma vez do vício.
Claro que estou citando quadros de compulsão, onde as pessoas não conseguem passar o dia sem açúcar e chegam até a trocar refeições completas por doces.
Isso são sinais de dependência e que caminham de mãos dados com a compulsão alimentar onde não se tem controle do volume de doce ingerido.
Quando o paciente fica distante do açúcar, ele sente os mesmos sinais de abstinência de outras drogas: fraqueza, dores de cabeça, mal estar, mau humor…
Passada essa fase difícil, os benefícios são percebidos claramente:

– o desejo de comer o tempo todo diminui;
– o paladar melhora e é possível sentir muitos outros sabores;
– aquela vontade de comer doce desaparece;
– o funcionamento do intestino e a aparência da pele melhoram muito;
– sem contar os benefícios de saúde em geral.

Lembre-se sempre que os alimentos industrializados, ricos em açúcar e coloridos, não foram feitos para serem consumidos em pequenas porções. Mas em grandes quantidades ao ponto de você não ficar sem elas!
Quando for consumir algo com açúcar, prefira sempre pratos caseiros. Um bolo, uma sobremesa, etc. Assim, você terá um pouco mais de controle sobre a quantidade de açúcar que vai acrescentar.
Claro que evitar o açúcar seria o ideal, optando pelo dulçor natural das frutas por exemplo. A tâmara e o mel, por exemplo, são grandes substitutos.
E pensando especificamente em hábito alimentar infantil, o açúcar definitivamente deveria estar longe.
Para orientações individualizadas e para conhecer outros substitutos do açúcar e quantidades adequada a você, consulte sempre um Nutricionista.