Na última quinta-feira, dia 20, o mundo celebrou o Dia Mundial do Refugiado. Este dia, dedicado a reconhecer a resiliência e a coragem de milhões de pessoas forçadas a deixar suas casas devido a perseguições, conflitos e violações de direitos, também serve como um lembrete da nossa responsabilidade coletiva em acolher e apoiar aqueles que buscam refúgio. Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mais de 120 milhões de pessoas estão atualmente deslocadas em todo o mundo, enfrentando imensos desafios para reconstruir suas vidas em lugares estranhos e muitas vezes hostis.

O Brasil é reconhecido por sua postura acolhedora e humanitária, proporcionando um porto seguro para muitos que fogem de situações insustentáveis em seus países de origem. Dentro deste contexto nacional, Valinhos se destaca como uma cidade que abriu seus braços para os refugiados, oferecendo não apenas abrigo, mas também oportunidades para um novo começo. Grande parte deste acolhimento se deve ao trabalho incansável da Associação ACOVIDAS – Acolhimento Sem Fronteiras Ajuda Humanitária de Valinhos.

Fundada em 2018 por César Fernando Braghetto, a ACOVIDAS surgiu a partir de uma observação simples e empática: Braghetto, que trabalha no Cartonifício Valinhos, percebeu as dificuldades enfrentadas pelos haitianos contratados pela empresa. Motivado pela necessidade de oferecer mais do que apenas empregos, ele reuniu voluntários e criou um projeto que hoje beneficia mais de 300 estrangeiros e refugiados. A ACOVIDAS não apenas acolhe essas pessoas, mas também as guia através de um processo de desenvolvimento e autonomia, ajudando-as a superar os desafios iniciais e a se integrar plenamente na sociedade.

O trabalho da ACOVIDAS é robusto e multifacetado. Em parceria com a ACNUR e com o apoio da FEAV, a associação oferece aulas de português através do projeto ACOLETRAS, beneficiando 50 alunos semanalmente com a ajuda de professores voluntários. Além disso, mantém um centro de arrecadação de doações no Centro Comunitário do bairro Nova Palmares e estabeleceu parcerias com diversas empresas locais para a contratação de refugiados, criando assim oportunidades de emprego dignas.

As dificuldades enfrentadas pela ACOVIDAS são muitas, principalmente a falta de recursos financeiros e a ausência de uma sede física. No entanto, o sistema ACOVIDAS.ORG tem sido uma ferramenta vital para a coordenação dos esforços e para mobilizar a comunidade local. A associação depende de doações e do apoio de voluntários para continuar suas atividades, e Braghetto ressalta a necessidade de um maior incentivo estatal para consolidar e expandir os projetos em andamento.

Mesmo com essas dificuldades, a ACOVIDAS é amplamente reconhecida em Valinhos por sua contribuição significativa aos direitos humanos e à inclusão social. A Câmara Municipal de Valinhos já prestou homenagem à associação pelos seus serviços exemplares, e muitas empresas locais procuram a ACOVIDAS para encontrar profissionais capacitados para diversas funções. Atualmente, a ACOVIDAS atende mais de 350 pessoas cadastradas, incluindo refugiados do Haiti, África, Cuba e, majoritariamente, da Venezuela. No total, mais de 500 pessoas, incluindo cerca de 150 crianças, são beneficiadas pelos serviços da associação, com uma maior concentração nos bairros Nova Palmares e arredores.

O Dia Mundial do Refugiado nos lembra da importância de estender a mão para aqueles que, por força das circunstâncias, se veem obrigados a deixar tudo para trás. Em Valinhos, a ACOVIDAS representa o espírito de solidariedade e humanitarismo que devemos cultivar e celebrar. É uma honra para nossa cidade ser um exemplo de acolhimento e inclusão, e é essencial que continuemos a apoiar e expandir esses esforços para construir um mundo mais justo e compassivo.

Para aqueles que desejam contribuir com essa causa nobre, a ACOVIDAS está aberta a novos voluntários e doações. Visite ACOVIDAS.ORG e descubra como você pode fazer a diferença na vida daqueles que buscam um novo começo.