Opnião
Agradecimento e esclarecimento – 2ª parte
Em continuidade aos acontecimentos envolvendo a minha candidatura a vereador, e em consideração aos eleitores que me deram seu voto e apoio, quero relatar alguns episódios confiados por alguns desses eleitores, como segue:
1) Ao apresentar seu título de eleitor, foi-lhe exigido um documento com foto, obrigando-o a voltar até sua residência para pegar outro documento, caso quisesse exercer seu direito de votar. Neste caso, tratava-se de um idoso isento de votação, num flagrante desrespeito a sua intenção de cumprir com seu direito de escolher seu candidato…
2) Num outro caso, após passar pela mesa de conferência, o eleitor foi encaminhado à cabine de votação, onde digitou o meu número de candidato e estranhou não ter aparecido a imagem correspondente. Apertou a tecla corrigir e digitou novamente os mesmos números sem que aparecesse novamente a imagem. Ao reclamar do fato, informaram-lhe que haviam esquecido de liberar a urna para votação, liberando-a em seguida…
3) O caso mais grave, porém, foi quando o eleitor, chegando na sua respectiva seção, foi informado de que ele já havia votado, e o comprovante destacado e entregue a outro…
Considerando os casos relatados, cabem alguns questionamentos:
No primeiro caso, em que pese a orientação divulgada, que para votar bastava levar um documento com foto, em nenhum momento foi dito que o título de eleitor sozinho não seria um documento válido? Neste caso, o eleitor fez questão de voltar até sua residência, e num primeiro momento pensou em desistir, mas estava decidido a cumprir o compromisso assumido com seu candidato.
No segundo caso, se o eleitor não achasse estranho não aparecer a foto do candidato, ele teria apertado a tecla fim e então perderia seu voto? Resta saber quantos casos como este aconteceram, para saber quantos votos foram perdidos.
E no terceiro caso, o eleitor não pode votar, porque alguém votou em seu lugar? E este que votou no lugar do outro, para todos os efeitos, terá de justificar porque não votou, ou terá de pagar a respectiva multa para não ficar em débito com a justiça eleitoral? Enfim, por estes casos pode-se, de certa forma, explicar os votos nulos, ou até mesmo entender o número de abstenções, pois diante de tantas dificuldades, não foram poucos os que desistiram de votar depois de um período de não obrigatoriedade.
Além do mais, há de se levar em conta a pouca credibilidade com que a classe política desfruta junto à população, após tantas evidências da roubalheira generalizada que tomou conta do país.
Há que se lamentar, por outro lado, que falhas humanas existam, embora a cada eleição a justiça eleitoral tente melhorar o sistema, ainda que permaneçam muitas dúvidas sobre a segurança eletrônica, conforme se depreende dessas evidências relatadas.
Como justificativa dessas dúvidas, está a relutância de muitos países desenvolvidos em adotar a urna eletrônica, principalmente quando ainda não é emitido um documento que comprove a votação nos candidatos escolhidos.
O comprovante hoje emitido, informa o nome do votante, o ano da eleição, a zona e a seção respectivas e a inscrição, ou seja, o número do título eleitoral.
Este comprovante deveria informar, também, o nome dos candidatos votados, para referências futuras, como lembrar em quem cada um votou…
A reforma eleitoral que está sendo gestada, deveria conter não só estas alterações, mas também garantir que as falhas existentes sejam eliminadas, melhorando sua confiabilidade.
Pretendo continuar agradecendo as pessoas que me garantiram seu apoio, e solicito, caso achem conveniente, me informem as seções em que votaram, para podermos verificar se tais votos foram de fato validados, para ao menos afastarmos a possibilidade de terem ocorrido as hipóteses suscitadas.
Ivo Cocco, administrador de empresas e jornalista