Instituto nasce para proteger um dos biomas mais ricos e ameaçados do estado, unindo esforços de ambientalistas e da comunidade

Com o objetivo de trabalhar pela preservação da Serra dos Cocais, foi fundado no último dia 14 de janeiro o Instituto Serra dos Cocais.

O ISC, como carinhosamente está sendo chamado, foi fundado em Assembleia Geral Ordinária, que contou com a participação de membros fundadores que, durante os últimos meses, trabalharam em conjunto para criar uma instituição de defesa da biodiversidade e conservação da Serra dos Cocais.

Durante a Assembleia, foram aprovados tanto o estatuto do Instituto quanto a eleição de sua primeira diretoria. O Instituto de Ciência e Sustentabilidade (ISC) estará localizado dentro do CEFOL, que é vinculado ao Sindicato Químico Unificado e se encontra às margens da Rodovia Dom Pedro I, na base da Serra dos Cocais. Vale ressaltar que o CEFOL, Centro de Formação e Lazer, foi designado como sede do Instituto, enquanto as operações efetivas serão conduzidas a partir de um Polo de Pesquisa situado na Fazenda Santa Rita.

O biólogo Fábio H. S. Motta foi eleito presidente do Instituto e terá como vice-presidente Marcos Nurczyk Lorio; Maria Cristina Briani, Secretária Geral; e Leonardo Panafiel Pinho, Tesoureiro. Também foram eleitos os integrantes do Conselho Fiscal: Dagmar Teixeira de Barros Zuike, Hele Francisco Fogo e Arnaldo Machado de Souza.

A Serra dos Cocais é um patrimônio natural localizado entre as cidades de Valinhos, Vinhedo, Louveira e Itatiba, com um bioma muito rico, composto por elementos da Mata Atlântica e do Cerrado, além de alguns resquícios da Caatinga. “A Serra dos Cocais é de fundamental importância para a segurança hídrica da Região Metropolitana de Campinas – RMC, pois seus mananciais de serra atuam na recarga de rios como o Atibaia”, explica Fábio.

Segundo ele, mais de 200 espécies de vertebrados terrestres foram registradas na serra, incluindo aves, mamíferos, répteis e anfíbios. “A Serra dos Cocais é o lar desses animais e alguns estão catalogados em algum nível de vulnerabilidade ou ameaça de extinção. Conhecemos muito pouco da fauna e da flora da Serra dos Cocais, pois até o momento apenas de 2 a 3% da área dela foi registrada e amostrada. Mas isso não significa que sua diversidade seja pequena”, disse.

De acordo com ele, o ISC nasce com uma enorme preocupação no tocante à preservação desse importante bioma, pois a serra está extremamente ameaçada. “Se nada for feito, corremos o sério risco de perder esse importante patrimônio para a exploração imobiliária e outras atividades exploratórias, como a exploração dos campos de matacões para a extração de granito.”

Na Serra dos Cocais estão localizadas muitas cavernas de granito, sendo uma delas a maior do Brasil.

Na edição digital da Folha de Valinhos deste sábado, dia 1º de fevereiro, haverá uma entrevista exclusiva com o biólogo e presidente do ISC.