Polícia aponta que prestador de serviços teria tentado enganar médicos sobre ferimento de suspeito envolvido em ataque na região de Franca; pedido de prisão preventiva foi feito

A Polícia Civil investiga a participação de um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Valinhos no auxílio a Roberto Marques Trovão Lafaeff, de 36 anos, suspeito de envolvimento em um ataque a um carro-forte da empresa Protege, ocorrido em 9 de setembro na região de Franca (SP). De acordo com o relatório da investigação, Marcos Vinicius Cavalcanti Pereira da Silva, responsável pela escala médica da UPA, teria tentado encobrir o verdadeiro motivo do ferimento de Lafaeff, que foi baleado durante a tentativa de roubo.

Lafaeff chegou à UPA no dia 10 de setembro, por volta das 19h, com um grave ferimento no pé. Ele informou aos médicos que o machucado havia sido causado por um acidente de trabalho em uma obra. Contudo, os profissionais de saúde suspeitaram que se tratava de um ferimento por arma de fogo e acionaram a polícia. A suspeita foi confirmada posteriormente, e Lafaeff foi preso.

Segundo os investigadores, Silva, que não é médico, tentou convencer a equipe da UPA de que o ferimento de Lafaeff foi resultado de um acidente, e não de um disparo de fuzil. As câmeras de segurança registraram a chegada de ambos à unidade em veículos diferentes, e Silva aparece ajudando o suspeito a entrar na UPA, acompanhando-o em uma cadeira de rodas. Ainda conforme o relatório, Silva teria oferecido um “bônus” a uma médica pelo atendimento ao suspeito.

A Polícia Civil já solicitou a prisão preventiva de Silva. A defesa do prestador de serviços, no entanto, afirma que ele não cometeu nenhum crime ao auxiliar o paciente e que ele não tinha como saber a real causa da lesão. A Secretaria de Saúde de Valinhos confirmou que Silva é funcionário de uma empresa terceirizada, sem jornada fixa no município, e que as informações sobre o caso foram repassadas às autoridades

Carro-forte da Protege foi alvo de criminosos em Restinga; dinheiro não foi levado — Foto: Kaique Castro/EPTV

Lafaeff é acusado de participar do ataque a um carro-forte da empresa Protege na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), em Restinga (SP), no dia 9 de setembro. O ataque envolveu ao menos 16 criminosos armados com fuzis e explosivos. Na ação, cinco pessoas ficaram feridas, incluindo três funcionários da Protege e um policial. Lafaeff foi detido após a equipe médica da UPA de Valinhos desconfiar de sua versão dos fatos e chamar a polícia.

SECRETARIA DE SAÚDE 

A Folha de Valinhos questionou o Departamento de Comunicação sobre esse episódio e a Secretaria de Saúde encaminho0u a seguinte nota:

A Secretaria de Saúde Municipal de Valinhos informa que recebeu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento de Valinhos) um paciente com ferimentos suspeitos no dia 10/09/2024. Como procedimento padrão do município, todos os pacientes que entram na UPA com suspeita de agressão física, arma de fogo, arma branca ou qualquer ferimento característico, é adotado o procedimento de acionamento da polícia. Seguindo este procedimento padrão, a Polícia Militar foi acionada por um médico da UPA.
Reforçamos que todas as informações solicitadas foram prontamente entregues às autoridades policiais.