Valinhos

EIA/Rima do Trem Intercidades é apresentado em audiência pública

Documento aponta para a preservação do patrimônio histórico, dentre eles a antiga Estação da Fepasa de Valinhos, atual Museu Municipal e a viabilidade do projeto e que os reflexos socioambientais prevalecem sobre os impactos negativos temporários gerados pela obra; leilão acontece no dia 29 de fevereiro

A primeira audiência pública para discussão da implantação do Trem Intercidades (TIC) São Paulo-Campinas – o chamado TIC Eixo Norte – aconteceu nesta terça-feira, dia 6, em Campinas, onde foi apresentado o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente (EIA/Rima).

A audiência faz parte do processo de licenciamento prévio da obra, que está em análise pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), responsável pelo licenciamento. O estudo também precisará passar pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).

De acordo com os técnicos da CETESB os projetos estão na fase inicial do Licenciamento Ambiental, que está dividido em três etapas. A primeira é a Licença Prévia – onde atesta a viabilidade ambiental do projeto após análise dos estudos ambientais. Em segunda, segue a licença de instalação, que autoriza o início das obras. E por fim, a licença de operação, que autoriza o início da operação do empreendimento após o término das obras.

O leilão para a concessão do Trem Intercidades – eixo norte – acontece no próximo dia 29 de fevereiro e engloba três serviços, a Linha 7-Rubi, o Trem Intermetropolitano e o serviço expresso.

O trajeto do Trem Intercidades (TIC) oferecerá um serviço expresso entre o terminal da Barra Funda, Jundiaí e Campinas e terá cerca de 101 quilômetros que serão percorridos em 64 minutos. A previsão é que mais de 60 mil passageiros serão transportados diariamente. O projeto vai contar com três estações e visa melhorar o transporte intercidades e a mobilidade urbana para a população que precisar fazer esse tipo de deslocamento diário.

Já o Trem Intermunicipal (TIM) terá 44 quilômetros de extensão e 33 minutos de trajeto, composto por cinco estações: Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas. Esse novo modal de transporte deve suprir uma demanda diária de aproximadamente 100 mil pessoas.

De acordo com o EIA/Rima apresentado a implantação do empreendimento que vai conectar Campinas a São Paulo,  é viável e os reflexos socioambientais prevalecem sobre os impactos negativos temporários gerados pela obra.

O documento, também mostra que os três serviços previstos no projeto utilizarão trens elétricos e em sua primeira etapa tem potencial para transportar diariamente 98 mil passageiros, o equivalente a tirar de circulação 1.960 ônibus rodoviários e deixar de emitir 51,53 toneladas por mês de dióxido de carbono (CO2), o principal causador do efeito estufa. Essa fase refere-se a entrada em circulação do Trem Intermetropolitano (TIM) entre Campinas e Jundiaí, prevista para 2029, com paradas ainda em Valinhos, Vinhedo e Louveira.

O potencial de ônibus que deixariam de circular subiria para 2.800 em 2031 e redução de 73,61 toneladas nas emissões de dióxido de carbono, quando está programado para entrar em operação o trem expresso TIC São Paulo-Campinas. Esse é o principal serviço a ser criado dentro da proposta de retomada do modal ferroviário de passageiros do governo estadual, com estimativa de transportar mais 45 mil passageiro/ dia na implantação, o equivalente ao uso de 840 ônibus.

Segundo o EIA/Rima, o projeto conceitual do TIC Eixo Norte e SNO respeitou os atributos arquitetônicos dos bens tombados ao longo dos ramais, alguma do século 19, como as estações construídas com a instalação em 1860 da linha entre Jundiaí e Santos e outras existentes em Vinhedo, Valinhos, Louveira, Jaraguá e Várzea Paulista. Somente complexo ferroviário no Centro de Campinas conta com 46 prédios históricos.

De acordo com EIA/Rima, o pico desses dois serviços está programado para ser atingido em 2055, quando o volume de passageiros é estimado em 221,5 mil por dia. Esse número é o equivalente a deixar de circular 4.430 ônibus pelas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, reduzindo as emissões de CO2 em 116,47 toneladas por mês. Para se ter uma projeção desse impacto para o meio ambiente, seriam necessárias plantar 717,66 mil árvores para compensar essa liberação de dióxido de carbono ou gás carbônico, apontou a Mata Atlântica, organização não-governamental (ONG) que desenvolve projetos de preservação desse bioma.

Disputa entre gigantes CCR deve enfrentar Grupo Comporte que teria se aliado a chineses

Marcado para acontecer no próximo dia 29, o leilão do Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas – Eixo Norte – a disputa pela construção e operação do chamado eixo norte está acirrada e será entre gigantes. De acordo com o site Metrô CPTM “a disputa entre os possíveis concorrentes começa a se estreitar. Para ir de frente ao maior operador metroferroviário privado do Brasil, um concorrente ganhou aliados de peso da China”.

Tendo o Grupo CCR como principal adversária no certame, o Grupo Comporte, atual operadora do Metrô de BH, contará com o auxílio de duas gigantes ferroviárias, a CRRC e a CREC.

A CRRC é a principal fabricante de trens da China e tem um vasto portfólio de trens à sua disposição. No Brasil, a composição da Série 2500 foi o principal destaque entre os trens chineses, sendo considerada uma das frotas mais modernas em operação no país.

A CREC (China Railway Engineering Corporation) foi considerada a quinta maior empresa da China, sendo responsável por construir 90% de todas as ferrovias eletrificadas do país e 60% da malha ferroviária total com projetos que vão de metrôs tradicionais até trens de alta velocidade.

De acordo com o site Metro CPTM os espanhóis da Acciona, que estavam cotados para participar do leilão devem desistir da sua participação e sua ausência certamente será sentida, já que os rumores são de apenas dois participantes.

A CCR, que tem amealhado as principais concessões sobre trilhos no país e é presença garantida no leilão se aliou  a Alstom, fabricante de trens da França, além de demais investidores financeiros.

 Critérios de seleção

Diferentemente de todos os leilões realizados anteriormente, a concessão patrocinada do TIC e Linha 7-Rubi será realizada em um formato diferente. Não será necessário realizar uma oferta de alto valor para arrematar as linhas.

A escolha será feito sobre os descontos ofertados na contraprestação pecuniária, com valor máximo de R$ 7,6 bilhões. A segunda etapa, se houver, será o desconto no aporte público, que será de no máximo R$ 8,5 bilhões.

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