Alternativa

O Lar Cristão – nº 3

Coluna Momentos

por pastor Rui Mendes Faria

Pais de filhos adolescentes

Criar filhos adolescentes tornou-se um desafio quase impossível para muitas famílias cristãs. A sensação de impotência quanto à formação da pessoa dentro dos moldes cristãos nessa fase da vida, invariavelmente, vem acompanhada daquelas dúvidas que persistem em atormentar a consciência dos pais: a educação que oferecemos produziu pessoas responsáveis e bem-sucedidas? O modo como criamos interfere em algum nível na conversão dos filhos? E quando os filhos se perdem obstinadamente numa vida de devassidão? De quem é a culpa?

É importante saber que salvar não é uma prerrogativa humana, mas desejar a salvação de quem se ama é completamente coerente e esperado dos pais cristão, pois são eles que assumem a responsabilidade de instruir os filhos nos termos da Palavra de Deus. “Essas palavras deveriam ser guardadas no coração e ensinadas aos filhos quando estivessem assentados em casa, andando pelo caminho, ao levantar-se e ao se deitar”. Deuteronômio 6.6-7
Entregue seu filho nas mãos de Deus, pois Ele cuida e guarda, enquanto nós amamos e damos suporte. Essa é a maneira mais confortante para se manter viva a esperança de que nossos filhos serão convencidos pelo Espírito Santo sobre a justiça, mesmo quando nada pareça estar saindo como planejado.

Um outro ponto que quero falar é quando os pais confundem disciplina com autoritarismo excessivo, disciplinar não é apenas ajustar comportamentos e condutas desviantes, mas imprimir uma rotina vigorosamente educativa e amorosa.

Disciplina sem amor pode gerar ódio no coração do filho e é aqui, que os pais precisam estar atentos à maneira como os filhos sentem a irritação, pois ela não se manifesta apenas em surtos de raiva e cólera, mas de forma multifacetada, algumas vezes causando graves danos à saúde física e emocional, como por exemplo, as ideias suicidas, depressão, ansiedade crônica, distúrbios de aprendizagem, automutilação, uso de drogas e outros. Fenômenos estes, que vemos aumentar exponencialmente a cada ano, conforme estatísticas das agências de saúde. Quando o vínculo se quebra, o que há de mais precioso se perde: a relação!

O resultado desse desencontro é que pais e filhos deixam de perceber a imagem de Deus refletida um no outro, o que os despersonaliza. Os pais enxergam os filhos como bombas de testosterona, estrógeno ou como criaturas rebeldes e incontroláveis. Essa distorção pode ser o primeiro passo rumo ao desastre da perda; as consequências são imensuráveis e certamente produzirão angústia e desespero. Os filhos, por sua vez, percebem os pais como monstros, cuja única tarefa é tolir sua liberdade. O senso de respeito se rompe e a consequência é a ira, manifesta em ressentimento e ingratidão.

Que Cristo, em sua infinita misericórdia, renove os relacionamentos familiares dentro dos lares cristãos e ajude os pais a perceberem os filhos, especialmente na fase da adolescência.

Deus te abençoe!

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