Alternativa

Ladrão de alegria à vista – parte 1

Coluna Momentos

por pastor Rui Mendes Faria

Um instante, e pronto. Sorriso furtado. Alegria roubada. Aquele sentimento de frustração se instalando. Cuidado! Há ladrões de felicidade por toda parte querendo privar você do que lhe é mais caro. Isso, claro, se você deixar.

Diferentemente de um roubo comum, esse depende da anuência da potencial vítima. Quer estar preparado para a hipótese de deparar com um desses gatunos mais dia, menos dia? Então o artigo da semana é para você. Vamos conversar sobre os “meliantes” que tentam (e muitas vezes conseguem) nos privar das alegrias da vida.

A alegria dá sentido às coisas, conferindo-lhes um colorido especial. Faz com o corpo humano o que o sol faz com as plantas, ou seja, nutre, aquece e renova. A satisfação de viver, de lutar, de se reerguer e tentar outra vez desperta a força por trás de qualquer emoção. Mesmo o que era melancolia, tristeza e dor se converte em entusiasmo na presença da alegria.

Mas eis que surge algo ou alguém com a incrível capacidade de pôr tudo a perder, roubando o júbilo em que estávamos imersos.

Os ladrões de alegria chegam sem cerimônia. As pessoas tóxicas são um exemplo. Do nada, de onde pensávamos haver alguém que nos quer bem vem a surpresa, na forma de um comentário maldoso ou de um aparente conselho contaminado pela amargura. Algumas dessas pessoas nem se dão conta de sua toxicidade. Não querem, necessariamente, prejudicar, mas prejudicam. Sabe aquele parente que só vê o lado negativo de tudo por estar evidentemente frustrado? Ou aquele amigo que teve os planos assolados e agora demonstra ter perdido completamente a esperança? E aquele colega que sempre tira da manga uma preocupação ou uma notícia ruim toda vez que ouve algo bom?

Sabe outra situação em que é comum aparecerem ladrões de alegria? Quando estamos numa conversa descontraída com amigos ou a família, falando de coisas boas, como filhos, animais de estimação, viagens… O papo é bom, é alegre, é divertido, é leve, mas, de repente, alguém do grupo puxa um assunto pesado. Começa a falar de morte, de doenças incuráveis, de tragédia. Outra pessoa embarca na conversa, e já era. O clima fica tenso, o ânimo míngua…

Pense nesse cenário, no qual você tenha decidido revelar a alguns amigos seus planos de estudar até se tornar, digamos, juiz ou juíza de direito. Embora espere ouvir palavras de incentivo, sabe o que você ouvirá dos seus ladrões de alegria particulares? “Ah, trabalhando e estudando é impossível passar”; “Ora, você não sabia que só filhos de juízes passam?”; “Desista, porque apenas gente de família abastada consegue”. Acredite: infelizmente, há muitos ladrões de alegria assim.

E é por essa razão que meu conselho é: MUITO cuidado ao escolher as pessoas para quem revelar seus sonhos e projetos. Particularmente, não acredito na inveja como força capaz de sozinha, inviabilizar conquistas. Penso, porém, que muitos de nós acabam mais influenciados do que gostariam pelos comentários de terceiros. Como é difícil saber se você é desse tipo ou não, recomendo que fale de seus projetos apenas para seu círculo mais íntimo (ou para ninguém, se não se sentir efetivamente blindado).

Mesmo que você se livre das pessoas tóxicas descritas até agora, mantenha-se alerta, pois há outros tipos de ladrões de alegria com os quais devemos nos preocupar. Um exemplo são as circunstâncias difíceis que surgem em nossa jornada. A pandemia, a falta de dinheiro, um divórcio ilustra como as situações vêm e vão, sequestrando a harmonia e a felicidade de milhões de indivíduos no mundo.

A essas pessoas, só posso dizer: cuidado, porque a alegria deveria vir de dentro para fora, e não resultar de fatos que independem da sua vontade e – mais importante – do seu esforço. Não posso negar que somos altamente influenciáveis, mas podemos – e devemos – trabalhar incansavelmente para que os nossos sentimentos positivos superem as circunstâncias externas negativas.

“Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário”. Salmo 51:12

Deus te abençoe!

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