Alternativa

Brasil celebra os 150 anos da Imigração Italiana; Valinhos 136 anos

Amanhã, dia 17, é comemorado os 150 anos da Imigração Italiana no Brasil, o primeiro grupo chegou ao porto de Vitória, no Espírito Santo; já em Valinhos eles começaram a chegar em 1888

Ao longo do ano de 2024 o Brasil estará comemorando os 150 anos da imigração italiana, que teve início no dia 17 de fevereiro de 1874, quando chegou ao porto de Vitória, no Espírito Santo, o navio “La Sofia”, conduzindo 388 imigrantes italianos.

Também no próximo dia 21 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional do Imigrante Italiano em memória da histórica expedição de Pietro Tabacchi ao Espírito Santo, em 1874, evento que simboliza o início do processo de migração em massa de italianos para o Brasil.

O Brasil é o país que abriga a maior comunidade de descendentes de italianos do mundo, estimada em cerca de 32 milhões de pessoas, aos quais se somam cerca de 730.000 cidadãos italianos.

Em Valinhos a imigração italiana começou em 1888, portanto a 136 anos. A Folha de Valinhos aproveita a celebração das duas datas para contar um pouco mais dessa importante saga que transformou a vida, o cotidiano, a economia da pequena vila de Campinas na pujante Valinhos do século XXI.

O Dia Nacional do Imigrante Italiano foi instituído pela Lei nº 11.687, de 2 de junho de 2008, com o intuito de prestar homenagem a importante participação dos imigrantes italianos na construção da história do Brasil.

Com a crise que se instalou na Itália durante meados do século XIX e XX, muitos camponeses italianos aceitaram os pedidos do governo brasileiro para trabalharem nas lavouras do país, principalmente nas regiões sudeste e sul.

A imigração italiana e nascimento do município de Valinhos

Eles trouxeram o figo e as festas. Trouxeram as crenças, os costumes, o trabalho e o desenvolvimento. Com garra e determinação, transformaram um pequeno Distrito de Paz na cidade que hoje os mais de 126 mil habitantes de Valinhos podem chamar de lar.

A história da chegada dos primeiros imigrantes italianos em Valinhos começa no ano de 1988, fruto da assinatura da Lei Áurea. O historiador valinhense José Spadaccia, em seu livro “Monografia Histórica de Valinhos”, afirma que foram os italianos que fincaram as raízes do comércio e os alicerces da indústria em Valinhos. Na agricultura, foram os responsáveis pela chegada do figo, hoje reconhecido no país como fruto autenticamente valinhense.

Os imigrantes que chegavam a São Paulo vinham para o interior de trem e se instalavam nas fazendas de café, onde substituíram a mão de obra escrava e passaram a ser reconhecidos como colonos. Na Europa, europeus eram estimulados a procurarem a felicidade na América, que seria o chamado “Mundo Novo”. Porém, ao desembarcarem em terras brasileiras os imigrantes enxergaram outra realidade: casas precárias, falta de condições de saúde e isolamento das cidades foi o que encontraram. Inegavelmente, as vantagens anunciadas não condiziam com a realidade e foi preciso muito esforço para que conseguissem de fato se estabelecer no país. Mas não desistiram. Com luta e muito trabalho, escreveram páginas de fundamental importância na história do Brasil, de São Paulo e de Valinhos.

Agricultura: a chegada do figo roxo

Foi o imigrante italiano Lino Busatto que trouxe da Itália para Valinhos as primeiras mudas de figo em 1901. As mudas de figo tipo “San Pietro”, o figo roxo, se adaptaram ao solo valinhense, produzindo um fruto de boa qualidade.

Lino Busato chegou a Valinhos em 1891. Diz à história que, após ter se cansado dos maus tratos que os empregados da fazenda onde trabalhava como administrador sofriam do fazendeiro, pediu as contas, e com o dinheiro que recebeu comprou o terreno de três alqueires, (na esquina das atuais ruas Campo Salles e Carlos Gomes, local onde existia antigamente a famosa fábrica de doces Figolândia) e lá plantou as primeiras mudas de figo roxo, no início deste século.

A figueira trazida por Lino se adapta facilmente à – terra e, o imigrante italiano começa então a distribuir mudas de figueiras gratuitamente aos amigos e vizinhos. Lino também auxiliava muito o padre Francisco Maneta e participava do Coral que se apresentava nas missas dominicais. Em 1918, deixou Valinhos. Porém, foi apenas em 1910 que o figo atingiu escala comercial.

– ainda que precedido por chegadas anteriores, em quantidades limitadas, em vários outros Estados do País. Em janeiro daquele ano, o navio “La Sofia” zarpou de Gênova e, em fevereiro, trouxe ao Brasil os 386 migrantes trentinos e venetos que partiram da Itália a convite de Tabacchi, o qual, já radicado no Brasil desde 1850, era proprietário de uma fazenda na região de Santa Cruz (atual Aracruz), batizada de “Nova Trento” em homenagem a sua terra natal.

Eles foram contratados por Pietro Tabacchi, que possuía a fazenda “Monte das Palmas”, em Santa Cruz. O empreendimento, porém, não prosperou, provocando descontentamentos e revoltas. Um grupo seguiu para colônias oficiais da Região Sul enquanto outros aceitaram a proposta do Governo do Espírito Santo para se instalar na “Colônia Imperial de Santa Leopoldina”, sendo direcionados ao Núcleo de Timbuhy, no atual município de Santa Teresa.

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