Valinhos

Profissão esquecida? Conheça a Datilografia, especialistas em escrita

Luiz Felipe Leite
Repórter

Na próxima quarta-feira, 24, é comemorado o Dia do Datilógrafo. O datilógrafo foi o profissional responsável por redigir textos, cartas, ofícios e petições em escritórios e repartições públicas do País até meados dos anos 80, quando surgiram os computadores pessoais. Para resgatar essa história, a Folha de Valinhos entrevistou duas mulheres da cidade que fizeram o curso de datilografia e atuaram na área.

Uma delas foi Sirlei Casares Bernardi. Ela, que fez o curso no começo da década de 1970, atuou como datilógrafa durante o começo da idade adulta. “Fiz o curso perto da minha casa, quando tinha uns 14 anos de idade. Meus pais incentivaram bastante, pois naquela época fazer o curso era fundamental para conseguir um bom emprego”, disse.

O começo da carreira de Sirlei foi em uma fábrica de calças jeans, mas em seguida trabalhou na área em com um escritório de contabilidade. “No escritório trabalhei como datilógrafa. Na época tínhamos um cliente, que era uma empresa bem grande. Um tempo depois essa empresa me contratou para eu trabalhar diretamente para eles como datilógrafa. Hoje vejo que falta esse curso, pois ele ensinava a digitar de forma correta. Acho que o curso poderia ser retomado em larga escala”, comentou.

Quem também fez o curso de datilografia foi Deise Elisabete Franco Mattiazzo, que trabalha há 40 anos na área. Atualmente ela trabalha no Escritório de Contabilidade Luiz Bissoto. “Fiz o curso com 13 anos de idade. Na época era necessário ter o curso para conseguirmos um emprego. Foi uma experiência muito boa para mim”, explicou.

Ainda segundo Deise, apesar da adoção do computador pessoal para o trabalho do dia a dia, a máquina de escrever não foi totalmente descartada. “Até hoje trabalho com a máquina, pois tem coisas que não dá para fazer pelo computador. Hoje as meninas que trabalham comigo não tem prática com a máquina. Eu acabei ensinando o que sei para elas. É importante que esse conhecimento não se perca”, disse.

Datilógrafo

O datilógrafo utilizava a máquina de escrever imprimindo o texto escrito diretamente sob a folha de papel. Utilizava para isto o sistema de “tipos”.
Em um processo unicamente mecânico, os “tipos” eram acionados por uma espécie de alavanca toda a vez que pressionada a letra correspondente no teclado. Esta letra então “batia” em uma fita coberta de tinta posicionada sobre a folha de papel. E então a letra era impressa imediatamente na folha mais ou menos como um carimbo. O texto era impresso em tempo real. Caso errasse uma letra era necessário inutilizar a folha e reescrever todo o texto ou apagar a letra errada com uma borracha para então rebater a letra correta.

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