Valinhos
Valinhos “esquece” Dia D contra a Dengue e repete erros do passado
Enquanto o Brasil se mobiliza, a cidade parece não aprender com a grave epidemia do verão
Hoje, dia 14, por todo Brasil está acontecendo o Dia D de Mobilização contra a Dengue, onde as cidades estão realizando diversos tipos de ações com o objetivo é conscientizar a população para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypt, que transmite o vírus causador da doença.
E parece que a Secretaria de Saúde de Valinhos não se deu conta do chamado, pois não programou nada para este sábado. Aliás, a Administração Municipal parece não ter aprendido nada com a grave situação da dengue no último verão, quando a dengue levou a exaustão o sistema de saúde de Valinhos, especialmente a UPA.
Dados da própria Secretaria de Saúde mostram que até o dia 19 de julho deste ano Valinhos contabilizava 5.908 casos positivos de um total de 12.306. A doença causou o óbito de 7 pessoas no município. Abril foi o mês mais complicado da epidemia de Dengue, foram contabilizadas 3.037 notificações dos quais 1.605 foram positivos.
No auge da epidemia de dengue que atingiu alguma cidades da Região Metropolitana de Campinas – RMC – a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) chegou a registrar recorde de atendimento com 550 atendimentos em 24 horas.
Para a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Governo Federal, este é um momento crucial para evitar que o cenário deste ano se repita em 2025.
A chegada do período de chuvas de verão, que acorrem com maior intensidade, o mosquito também aumenta a sua proliferação. Este é o momento de prevenir uma potencial epidemia que pode acontecer em janeiro ou fevereiro.
A Folha de Valinhos buscou informações junto ao Departamento de Comunicação da Prefeitura que na manhã deste sábado, dia 14, sobre a não participação de Valinhos no Dia ‘D’ de Combate a Dengue e a a Secretaria de Saúde justificou informando que: “Hoje tem uma movimentação nacional para o combate contra a dengue e a Secretaria de Saúde de Valinhos está em busca ativa todos os dias, desde o dia 9 de novembro, quando aconteceu a Semana Estadual de Mobilização Social para Combate as Arboviroses no Estado de São Paulo”
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, eles estão “realizando a última Avaliação da Densidade Larvaria dentro do município e finalizando com a Plano Municipal de Combate a Dengue para 2025”.
Dengue
Os principais sintomas da dengue são febre alta repentina, dor de cabeça, prostração e dores nos músculos, articulações e atrás dos olhos. Mas, entre o terceiro e o sétimo dia após o início dos sintomas, podem ocorrer vômitos, dor abdominal, sensação de desmaio e sangramento das mucosas, o que indica um agravamento do quadro.
A dengue pode causar extravasamento de plasma e hemorragias, por isso, desde os primeiros sintomas é preciso procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto. Não existe um tratamento específico contra a doença, e os pacientes devem evitar a automedicação, já que alguns remédios, incluindo certos tipos de analgésico e anti-inflamatórios, podem favorecer hemorragias.
O Aedes aegypt também é o mosquito transmissor de outras doenças, como zika e chikungunya e é um dos vetores da febre amarela. Neste ano, o Brasil registrou quase 265 mil casos de chikungunya, com 210 mortes já confirmadas. A doença pode causar agravos neurológicos, como encefalite, paralisias e a síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que provoca fraqueza muscular e paralisia progressiva. Já os casos de zika foram menos numerosos, cerca de 6 mil, concentrados principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A zika é especialmente preocupante para as grávidas, que podem transmitir o vírus para o feto, com risco de desenvolvimento de anomalias congênitas, principalmente a microcefalia.
Vacinação
O Sistema Único de Saúde está aplicando, desde fevereiro, a vacina contra a dengue em adolescentes de 11 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização, depois de pessoas idosas, que não podem receber o imunizante. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
Como a quantidade de doses fornecida pelo laboratório é pequena, a vacinação foi direcionada para cidades de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos.
Até setembro, apenas metade das doses distribuídas haviam sido aplicadas (link: municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos). Em outubro, a fabricante japonesa Takeda e a Fiocruz fizeram um acordo para que a vacina possa ser produzida no Brasil, o que deve aumentar a quantidade de doses disponíveis.
Prevenção
No Dia D de Mobilização contra a Dengue a população pode contribuir com ações simples, evitando qualquer acúmulo de água, seja limpa ou suja, mesmo em locais pequenos.