Opnião

Um retrato alarmante da violência contra a mulher em Valinhos

A escalada da violência contra a mulher em Valinhos, revelada pelo recente estudo do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), é um sinal claro de que a cidade está falhando em garantir um dos direitos humanos mais fundamentais: a igualdade de gênero. Os dados apresentados são alarmantes e exigem uma resposta urgente das autoridades.

O aumento no número de ocorrências, especialmente nos casos de violência psicológica, física e ameaças, demonstra a fragilidade das medidas de proteção existentes. A falta de uma Delegacia da Mulher que funcione 24 horas, a ausência de um protocolo de atendimento claro e a subnotificação dos casos agravam ainda mais a situação.

É inaceitável que, em pleno século XXI, mulheres ainda sejam vítimas de violência em suas próprias casas. A violência doméstica não é um problema individual, mas sim um problema social que exige uma resposta coletiva. A omissão do poder público diante dessa realidade é uma falha grave que coloca em risco a vida de milhares de mulheres.

Além de ferir os direitos humanos, a violência contra a mulher também representa um retrocesso social e econômico. Mulheres que sofrem violência têm menor produtividade no trabalho, maior dificuldade de acesso à educação e à saúde, e são mais vulneráveis à pobreza.

O estudo do CMDM também revela que Valinhos está distante de cumprir o 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Os dados apresentados pelo relatório “Luz da Sociedade Civil da Agenda 2030” corroboram essa afirmação, mostrando que o Brasil como um todo ainda enfrenta desafios significativos nesse sentido.

Diante desse cenário, urge a necessidade de ações mais efetivas para combater a violência contra a mulher em Valinhos.

É preciso investir em políticas públicas que promovam a igualdade de gênero, a prevenção da violência e o atendimento integral às vítimas.

Algumas medidas que podem ser adotadas são:

Fortalecimento da rede de atendimento: É fundamental que Valinhos crie sua própria casa abrigo e tenha um centro de referência especializado e serviços de assistência psicológica e jurídica para as mulheres vítimas de violência.

Capacitação de profissionais: É necessário investir na capacitação de profissionais de saúde, educação, segurança pública e assistência social para identificar e atender adequadamente os casos de violência contra a mulher.

Prevenção: É preciso investir em campanhas de conscientização e educação para mudar a cultura machista e combater os estereótipos de gênero.

Investigação e punição: É fundamental que os casos de violência sejam investigados de forma eficiente e que os agressores sejam punidos com rigor.

Empoderamento feminino: É preciso investir em programas que promovam o empoderamento feminino, oferecendo às mulheres as ferramentas necessárias para que possam denunciar a violência e construir uma vida livre de abusos.

A violência contra a mulher é um problema complexo que exige uma resposta multifacetada. É preciso que todos os setores da sociedade se unam para combater esse crime e construir um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres.

Valinhos acabou de eleger seu novo prefeito e seu vice – Franklin e Mayr – e também seus 19 novos vereadores que terão a missão de fazer a gestão da cidade no próximo ciclo de quatro anos – 2025-2028.

É mais que urgente que esses dados do levantamento realizado pelo CMDM cheguem até eles e que, através da mediação do próprio CMDM, se possa dar início à elaboração de novas e eficazes políticas públicas que possam, num primeiro momento, coibir a violência contra a mulher no território valinhense e, num segundo momento, em relação aos fatos consumados, que essas mulheres possam ser assistidas e protegidas por uma rede protetiva eficiente.

A sociedade civil também tem um papel fundamental a desempenhar, denunciando os casos de violência, apoiando as vítimas e cobrando das autoridades as medidas necessárias para garantir a segurança e o bem-estar das mulheres.

Não podemos mais tolerar a violência contra a mulher. É hora de agir!

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